segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Vovó, continue dançando!

O nome dela é Maria da Penha. Maria da Penha Araújo. Na verdade era Botelho, mas seu marido a fez tirar o sobrenome do pai e seguir somente com o Araújo, nem se quer o Marques ela ganhou.
“Sinto saudade do meu sobrenome”, confessou ela em uma de nossas conversas.
“Pode deixar vovó, quando eu tiver um filho coloco seu sobrenome nele”, dizia eu enquanto colocava mais uma almofada em suas costas.
Fiz essa promessa quando tinha uns 08 anos e já teria me esquecido, se minha mãe não tivesse feito o favor de me lembrar.

Vovó não fazia doce, nem almoço de domingo e me contou somente duas, mas inesquecíveis, estórias durante toda minha infância, são elas: “Dona Baratinha” e “A moça que vendia banana”. Essa última não foi tirada de nenhum livro de contos infantis. Nasceu da profunda criatividade de Dona Penha, que se inspirava na Lurdinha, a moça que vendia banana e morava pra cima da minha casa. Lurdinha não ganhou, nem de longe, todo o dinheiro que a moça da estória conquistou, uma pena!

Que eu me lembre vovó passava alguns dias lá em casa. Meu pai a infernizava com mil e uma piadas de sogras.

“Ehh Dona Penha, o triste na vida é que sogra é igual esperança: A última que morre.”

Ela ria. Não sei se ela gostava ou ria para não mandá-lo para @#$%¨&*#$&*

Vovó sentia muito frio e dormia com muitas cobertas, cobria a cabeça e ninguém conseguia ver quem estava na cama. Ela roncava um pouco também, diga-se de passagem. Uma noite Rafael (meu irmão mais velho) invadiu o quarto de meus pais chorando. O menino morrendo de medo gritava: “Pai, me ajuda, pai, me ajuda!!!” “O que foi Rafael???” “Tem uma vaca no meu quarto!”

Há mais de 10 anos ela se arriscou em sair sozinha para rua. Ela conta que foi surpreendida por duas garotas que vinham na direção oposta e que passaram por ela feito um furacão, que a soprou direto pro chão. Ela não quis abrir os olhos, disse que quando cai mantém os olhos fechados para não ver o estrago. As meninas entraram em desespero pelos quase 10 minutos que vovó se manteve imóvel. Tenho certeza que no fundo ela fez de propósito para dar um castigo mais que merecido para as duas.

Vovó frequenta o Clube da Alegria, definido sabiamente por um tio meu como Escleroteca, desde que me entendo por gente. Acho que ela é a mais velha do clube. Conta com orgulho que no ano de 2009 (se não me falha memória) foi eleita a Rainha da Primavera!

O médico sempre disse: “Não pare de dançar Dona Penha, esse é maior remédio para se manter viva”

Outro lugar que vovó sempre falou muito é da PL, http://www.perfectliberty.org.br/. Segundo ela, foi lá que se tornou uma pessoa melhor.
Passou a frequentar mais os clubes e as igrejas depois que vovô morreu. Ela me disse que começou a viver de verdade quando ele se foi. Nasceu pro mundo aos 61 anos. Logo, é mais que justo que ela chegue aos 100!

Ela sempre me disse que eu era a neta preferida, embora eu saiba que ela fala isso pra todas! Dona Penha tem um coração grande o suficiente para abrigar toda a grande família.
Ela reza toda a noite pelos filhos, netos e bisnetos. Reza a porta da casa de todos nós. Portanto tios e primos, não se preocupem! Pra alguns ela pede pra Nossa Senhora Aparecida, pra outros ela pede pra São Judas Tadeu, eu to nesse grupo aí das causas impossíveis!
Reza a lenda que nenhum problema dessa vida é mais forte que a novena da vovó. Adoro pedir sua benção e gosto mais ainda quando ela diz: “Deus te abençoe minha filha e te de boa sorte”

Ela me ensinou uma frase que uso até hoje: “Não faça à Alice Lemos, nem a ninguém que lhe pertence”. Era o nome da sua mãe. “Se alguém um dia te fizer mal, diga essa frase em pensamento”

Vovó não é tímida, adora ser o centro das atenções e receber uma salva de palmas depois do discurso. Ela se levanta com dificuldade e fala nem que seja uma ou duas frases quando é solicitada. Sempre pedindo saúde e felicidade para os seus.

O tempo te trouxe algumas limitações. Precisa de ajuda para a maioria do afazeres cotidianos. Sua altura também se modificou, foi encolhendo, encolhendo, ficando mais baixinha que muitos bisnetos!

Dia 18 de setembro Dona Penha comemora 92 primaveras! Sem doenças, só os problemas inerentes à velhice, que afirmo, ela tem tirado de letra. Poucas pessoas continuam a sorrir, quando o corpo pede pra parar.

 Embora, algumas vezes vovó se sinta debilitada e outra já tenha me dito que cansou da vida, a vida não cansou dela! Muito menos nós!

10 filhos, 29 netos e 13 bisnetos. Pelos meus cálculos é isso aí! Ela é uma vovó fofa e o nó mais forte que une essa família tão grande!

Nesses 92 anos da Vovó Penha, quero desejar que ela continue dançando! Por muitos e muitos e muitos anos!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O melhor pai que a vida podia me dar!

A mais antiga lembrança que eu tenho do meu pai, é dele estacionando sua Brasília verde-limão na garagem.
Tinha o costume de subir no sofá para olhar da janela da sala se era ele mesmo que estava chegando. A janela era alta, na verdade eu era pequena demais, na verdade continuei pequena. Com meus pés apoiados na madeira do sofá, eu abria um enorme sorriso e gritava: "Papai chegou!!!”
Ele vinha para almoçar, todos nós já havíamos almoçado, ele ainda não. Ele se sentava e tentava assistir ao jornal, enquanto comia. Tentava, porque o fato deu escorregar em suas pernas durante todo o almoço o impedia de se concentrar em qualquer coisa, ainda mais em notícias. Ele não demorava muito, precisava voltar ao trabalho.

Ele ia embora e eu ficava atenta ao horário da "Escolinha do Professor Raimundo", pois gravava todos os programas, a fim de assistir em sua companhia depois do Jornal Nacional. Ele ria de todas as piadas. Eu ria da risada dele. O sono me acometia rapidamente, fazia esforço pra ficar de olhos abertos, mas era em vão. Meus poucos anos me davam muito sono e eu acabava por adormecer no sofá.

Fazia xixi e escova os dentes como uma sonâmbula. Não me preocupava, ele estava ali, me segurando. No amanhecer eu era surpreendida com muitos beijos estalados com cheiro de café. Muitas das vezes eu já estava acordada e ficava na cama escutando seus assobios, que formavam alguma música do Fagner. Acho que devia ser aquela: "Quem dera ser um peixe...”
Não me atrevia a levantar da cama, queria que ele viesse me acordar. Seus beijos me davam força, bom humor, felicidade.
 “Piriquita, budeguinhaaaa... ta na hora de acordar!”
Os apelidos não eram nada convencionais.
Demorava um ano para eu tomar aquele café com leite fervendo que ele me dava, acho que é por isso que até hoje não gosto de nada muito quente.

Meu pai pra mim era um homem forte, que enfrentava tudo e todos para me salvar. Como na história da onça que ele deve ter contado umas 3.500 vezes por pressão dos meus pedidos.
 “Saímos para fazer um piquenique: sua mãe, você, Rafael, João Felipe e eu. Quando estava tudo pronto para começarmos a comer, apareceu uma onça!
Tive que jogar todas as comidas para ela. Os pães, os bolos, as laranjas, os danoninhos... Quando acabou a comida eu joguei sua mãe, depois o Rafael, depois o João Felipe, depois você e por último joguei uma pedra! Lutei com a onça até que consegui matá-la, com uma faca a rasguei na barriga. Lá dentro estavam vocês, sentados na pedra, de barriga cheia! Tinham comigo todo o lanche e eu fiquei sem nada. ”

No fim da história eu estava chorando: “Não papai, eu guardei um danoninho pra você!”
Ele ria de mim e me abraçava para me acalmar. Ele sempre gostou de fazer isso comigo, me provocava até me fazer ir pro quarto chorando. Depois ficava no quarto dele deitado na cama me chamando: “Vivianneeeee, Vivianneeee”. Ele sabia que eu não resistia muito tempo, logo eu aparecia enxugando as últimas lágrimas e deitava ao seu lado.

Sempre tive ciúme dele. A única mulher que eu aceitava ao seu lado era minha mãe, isso porque ela sempre o deixou livre quando eu estava por perto. Ficava bufando quando a minha prima Bia (afilhada dele) sentava em seu colo. Eu chorava, empurrava e ela insistia em ficar ali, no colo que era meu!!!

Nas noites de verão ele chegava do trabalho e ia direto pra piscina. Eu já havia tomado banho, mas ia correndo colocar o biquíni e entrava junto com ele. Não perdia a oportunidade de nadar em suas costas.

Não moro com ele desde os meus 12 anos. O destino quis assim. A vida nem sempre é tão justa quanto a gente gostaria.
Mas mesmo assim, ele nunca deixou de ser o homem da minha vida, nem o herói que esquartejava onças para me salvar.
Sei que muitas vezes ele quis estar ao meu lado, me colocar no colo e ficar acordado comigo até de madrugada. Como ele fazia quando eu tinha 08 anos e a malvada da insônia insistia em me visitar.

Somos completamente diferentes nos atos e na forma de pensar. A vida se encarregou de nos dar personalidades opostas. Mas não tem quem jure que os opostos se atraem?
Nesse dia dos pais que se aproxima não vou almoçar com ele, nem lhe entregar um presente, muito menos deitar ao seu lado para conversar, até esperar que ele ronque. Mas quero que ele saiba: independente do dia dos pais, das mães ou das crianças, todos os dias que eu acordo eu me lembro dele e do profundo amor que eu sinto pelo melhor pai que a vida podia me dar!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Não acredito em nada não, só não duvido da fé...


Com certeza minha primeira ida à igreja foi nos braços da minha mãe. Não sei se foi no meu batismo, ou antes. Mas sei que foi cedo.
Minha avó Amália adorava contar para suas amigas beatas (não julguem como termo pejorativo):
“Minha neta toma parte de tudo na Igreja, eu mesma faço suas roupas para os teatrinhos.”

Na verdade, vovó Amália não coseu somente minhas roupas de Nossa Senhora e de Anjo, mas também quase todo meu guarda-roupa infantil.
Foi a melhor costureira que Valença já viu. Só costurava para os mais importantes brasões. Sua paciência também sempre foi grande, porque pra costurar pra mim, tinha que ter. Primeiro porque a primeira vista eu não gostava de nada. Dizia que tava ruim, que não era aquilo. Depois eu reclamava de tudo:
“Ai vovó ta pinicando”... “Ai vovó ta me espetando”... “Ai vovó tira isso que eu quero ir brincar”

Mas ao final minha roupa estava pronta e eu poderia entrar na Igreja sendo alvo de todos os olhares!
Fui Maria duas vezes. Uma na escola e a outra em um teatro da Igreja. Já coroei Maria um monte de vezes ou então entregava as palmas. Mas nunca aceitei ser o anjo coadjuvante. Sabe aquele que fica lá cantando e balançando a mão sem fazer nada? Não, esse eu nunca quis ser.

Sentava com a minha mãe no primeiro banco da igreja. Cantava as musicas tão alto que ela me cutucava para cantar mais baixo:

“PAZ, PAZ DE CRISTO. PAZ, PAZ QUE VEM DO AMOR TE OFEREÇO IRMÃOOOOOOO!!!”

“Vivianne canta mais baixo, todo mundo já viu que você sabe a letra!”.

No inicio não sabia bem o que eu fazia na igreja. Eu ia porque tinha que ir, porque aos domingos pela manhã era nosso ritual. Missa das 09:00h, depois banca de jornal para comprar O GLOBO, depois Padaria Carvalho para comprar cigarrinhos de chocolate.

Não sabia quem era Deus, nem Jesus, nem os apóstolos... Mas um dia eu quis saber. Tia Mafalda levou nossa turma do catecismo para igreja. A aula daquele dia foi na escadinha do altar. Rezamos o Pai Nosso e ela começou uma longa dissertação sobre Jesus. As vezes falava Jesus e as vezes falava Deus.

“Tia Mafalda, quem é Jesus?”
Desde pequena tenho essa péssima mania de interromper as pessoas.
Tia Mafalda fez uma cara de “Valeu por me interromper”, mas respondeu.
“Jesus é filho de Maria e de Deus, e como eu ia dizendo...”
“E quem é Deus?”
Tia Mafalda perdendo a paciência:
“Deus é o pai de Jesus, o criador! Ele que criou tudo: o céu, a terra, os animais, tudo! E como ia dizendo...”
“E quem criou Deus????”
Ela quis me tirar da aula, tenho certeza que quis!
“Como assim quem criou Deus?”
“É! Quem criou Deus? De que lugar ele veio? Ele tem pais?”
Tia Mafalda ficou parada olhando pra mim, desviou seu olhar para o altar como se pedisse aos céus uma resposta coerente para me dar, e assim poder prossegui com a catequização daquelas crianças.
De forma quase que pedagógica, Tia Mafalda explanou:
“Uma vez um homem andava pela praia se perguntando quem era Deus. De repente, ele avistou um garoto que havia acabado de fazer um buraquinho na areia. O garoto corria para o mar, enchia as mãos de água e trazia correndo para jogar no buraquinho. O homem intrigado se aproximou do garoto e perguntou: - O que você pensa que está fazendo garoto? Jamais conseguirá encher esse buraco de areia com água!
O garoto se virou para o homem e disse: É mais fácil colocar toda água do oceano dentro deste buraco, do que entender os mistérios de Deus!”
“Entendeu agora Vivi?”
“Mais ou menos, porque você não me disse de onde ele veio!”
“Não tem como provar que ele existe Vivianne! Isso é fé! Ou você tem ou você não tem!”
Fui pra casa fazendo um enorme esforço para acreditar naquilo tudo. Minha mãe disse que a Tia Mafalda estava certa e desde então escutei muito falar nessa tal de fé. Minhas avós são mulheres de muita fé. Vovó Amália, que já citei aqui e vovó Penha que parece ter um canal direto de comunicação com Deus.

Comecei a procurar pela minha fé. Ela devia estar em algum lugar adormecida dentro de mim. Não é possível que aquela menina que entoava de forma estridente as canções religiosas, já não acreditava em mais nada.
Minha mãe reclamava, pedia, implorava.
“Você não mais à missa Vivianne” “Você precisa ir à missa filha” “Por favor, filha, vamos???”
Mas a missa já não tinha mais sentindo. Não que Deus não tivesse sentido, entende? Mas tudo o que era dito no altar não era absorvido pelo meu cérebro. Entendia tudo como: blá, blá, blá, blá.

Rezava em casa, mas não Ave Maria e Pai Nosso. Rezava como se tivesse conversado com um amigo. Desabafava tudo, ria, chorava, fazia críticas, agradecia, pedia e foi assim que comecei a redescobrir minha fé. Isso só demorou porque eu procurava a fé dentro de mim e não era lá que estava.
Minha fé está nas coisas que eu admiro. A encontrei nas pessoas que eu amo, nos animais, na natureza. Nas coisas que supostamente esse poder maior chamado de Deus, criou em sete dias e sete noites.

Hoje quando acordei e fui passear com Zé, decidi mudar o roteiro. Ao invés de levá-lo ao parque, caminhei com ele até a praia. Sentei na calçada e ele deitou na areia a fim de despedaçar um coco em questão de minutos. Fazia uma manhã esplendida. O sol, mesmo fazendo força para esquentar, já reluzia nas águas do mar. Me emocionei. Lembrei das explicações de Tia Mafalda e vi minha fé ali, brilhando tão forte quanto os raios do sol.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Por isso uma força, me leva a aguentar.


“O ser humano se adapta a tudo.”  

Alguém em algum lugar do tempo ou do espaço proferiu essa sábia afirmação.
Talvez a gente se adapte ou talvez a gente se acostume. Talvez a gente suporte ou talvez a gente se engane.

Quando a dor chega e parece que vai te matar, porque já te pisou, te cuspiu e te esfolou, vem gritando lá dentro uma força meio no estilo He-Man, que começa a espantar, um a um, os males que nos atormentam.
Pra quem acredita, como eu, essa força chama-se Deus. Pra quem não acredita, podemos chamar de... De força.
Movida por Deus, pelo cérebro, pelo coração ou pelos instintos, a força nos faz carregar a dor por longas estradas esburacadas.

Não sou a pessoa mais indicada para falar de força, muito menos no quis diz respeito à força física. Um exemplo disso foi a cena um tanto quanto inusitada de Fernando e eu carregando uma cama box, pelas calçadas da Nossa Senhora de Copacabana. É lógico que ele fazia mais força que eu. De 2 em 2 minutos eu arriava a cama no chão, meus braços pareciam que iam descolar do corpo. Os homens parados na calçada e os porteiros de plantão olhavam para Fernando com cara de ódio. Um deles chegou a se manifestar: “Carrega isso nas costas irmão!”
Mal sabiam eles que Fernando estava fazendo um favor pra mim. Já que a cama era minha.
Fiquei dois dias com meus braços doendo, com pouca força até para levantar o garfo.
Acho que preciso voltar pra academia, quem sabe de 5 em 5 kg vou ficando mais forte.
Que pena que a força física não adianta de nada, quando nosso corpo nos exige uma força emocional. Se adiantasse, os professores de educação física seriam riquíssimos!

Outra coisa boa seria se pudéssemos, assim como Fernando me ajudou a carregar a cama, dar uma “força” para nossos amigos e ajudá-los a carregar a dor que sentem. Já viu uma pessoa sofrendo e quis tirar a dor dela de qualquer jeito? Ou pelo menos ajudá-la a carregar aquele fardo?
“Vamos amigo, segura naquela ponta da tristeza que eu seguro nessa e juntos atravessamos essa Avenida”.
Seria tão mais fácil! Reduziria muito aquela sensação de impotência que nos dá quando não podemos fazer absolutamente nada pelo sofrimento do outro.
Se bem que às vezes um colo, um abraço ou apenas emprestar os ouvidos para que ele derrame seu coração, já é como ajudá-lo a carregar uma cama box.

Vejo por aí pessoas que passam por todo tipo de coisas ruins e aguetam firmes sem derramar uma lágrima. Eu as admiro, porque sou muito chorona. Choro quando sinto dor, quando fico triste, quando me emociono.
Chorar pra mim é tão fácil quanto rir. Choro relendo cartas, vendo fotos, ouvindo músicas, vendo filmes então!
Chorei em todos os filmes do Beethoven, aquele o magnífico! Choro vendo novelas e filmes idiotas de comédia romântica. Chorei muito lendo Marley & Eu, olhava pro Zé pequeninho deitado no pé da cama e me acabava. Me debulho em lágrimas também na cena de Armageddon, quando o pai dela vai morrer, o ápice do chororô é na hora que a música chega no refrão:
I don't wanna close my eyes, I don't wanna fall asleep, 'Cause I'd miss you, babe
Meu inglês embolado se embola as lágrimas e nem cantarolar consigo direito.
Minhas forças sempre desmoronavam quando assistia Cinema Paradiso, será que só eu chorava quando o cinema pegava fogo?

Logicamente o fato de eu ser chorona, emotiva, bobona de carteirinha, não significa que eu seja fraca. Até porque como dizem, a gente só conhece a força que guardamos dentro de nós, quando algo a impulsiona para fora.

Quando eu caí na piscina e tive que ser operada, acabou a luz do hospital e por pouco meu pai não teve que me carregar no colo por 10 andares, sorte a dele e de seus braços que a luz voltou. Ele disse que iria à Lua comigo nos braços e olha que meu apelido (bullying) familiar, era chumbinho! Ele precisaria de muita força pra me levar à Lua!
Já minha mãe nunca disse que iria à Lua comigo no colo, mas sempre repetiu que teria força de 5 leões se fosse para defender seus filhos, embora ela tenha apenas um metro e meio!

Me parece que o peso do amor impulsiona todas as forças e elas nos fazem aguentar qualquer tipo de tormenta e, ainda assim,  sair inteiros da tempestade, mesmo que saiamos bem molhados e com pneumonia daquelas!


OBS: Este post é dedicado a Giullia, uma menina muito forte, que usa o grande amor que carrega em seu coração, como fonte de energia para toda sua força!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Quebrando as muletas!



Todo mundo tem ou teve alguma dependência na vida. Seja ela financeira, amorosa, química, física...

Se livrar das dependências é mais difícil do que se imagina. Elas sempre deixam vestígios.

Por exemplo, quando você vai almoçar com seus pais. Por mais que você já trabalhe, tenha seu dinheiro, a dependência sempre fala mais alto e você acaba empurrando a conta para seu progenitor pagar, estou errada? São os vestígios de uma dependência financeira de muitos anos, é difícil!
Dependência financeira nem é tanto o problema... O pior é a dependência por dinheiro. Tem muita gente por aí que prefere a morte a ficar sem dinheiro. A pessoa tira dele o sustento pro corpo e pra alma.

A dependência amorosa tem sintomas claros e é mais comum do que se imagina. Todos nós já vivemos isso, alguns com menos e outros com mais intensidade. Mas sempre causa estragos!

Se você já foi um dependente químico sabe que os estragos nessa área também são grandes e que iminência de uma recaída é constante.
Na maioria dos momentos, sejam eles bons ou ruins, você imagina: Putz uma cachacinha agora hein?! Ou então: Poxa se eu tivesse um cigarro!
Cara um baseado salvaria! Quem sabe uma carreirinha!
Tem gosto pra tudo né?

Eu assumo, fui uma dependente química.

Antes que alguém pense que eu fui usuária de pó, crack ou oxi, antes que minha mãe tenha um treco lendo esse post e caia da cadeira, adianto que minha dependência química se limitou ao cigarro. Droga lícita, mas segundo pesquisas destrói e vicia mais que muitas drogas ilícitas!

Faz mais de um ano que abandonei meu grande companheiro, depois do Zé é claro.
Mais que companhia ele me fazia! Não perdia nenhum momento!
Quando não estava em minha bolsa, estava em meu bolso. Passava a maior parte do dia em meus dedos, mas e depois que acabava? Ele continuava em mim, através do seu cheiro... Em meu cabelo, em minha pele, em todas as minhas roupas.

Quando paro pra pensar em todas as marcas de cigarro que eu já fumei, meu pulmão chega a contrair!
Hollywood Azul foi o último que circulou pelo meu cinzeiro, mas antes dele vieram muitos. Foi com seu primo, o Hollywood mentolado, que comecei a fumar. Passei pela fase Free, Malboro Light, algumas vezes Carlton. Muitos e muitos maços de Derby Prata, sempre com aquela ressalva: “Fumo Derby e não sou pedreiro”.
Fumei alguns Dallas, mas era sempre a última opção, praqueles dias que todo o meu dinheiro do mundo eram R$ 0,10. Tenho a ligeira impressão que aquele rato que vem atrás dos maços cigarro, morreu depois de fumar um Dallas. Um amigo meu de adolescência, o Leo, dizia que L&M dava bolha de pus no estômago, confesso que evitava comprá-lo. Do tipo, podia F%$#@ com meu pulmão, mas porque dava bolha de pus no estômago, aí não comprava! Que irônico!

Algumas vezes fumei cigarro do Paraguai, um tal de Palermo. Tempos depois vi uma reportagem que dizia que nesses cigarros, além de toda a porcaria que a gente já tem conhecimento, eram colocados barbantes moídos, mosquitos, baratas... Ai meu pulmãozinho para de contrair, por favor!

Foi difícil abandonar o cigarro. Não sei explicar como foi, mas foi difícil. Nada diferente de abandonar nenhuma dependência.
Conheço pessoas que não conseguiram, foram até a morte com seus vícios. Conheço outras que quiseram adiantar a morte por conta deles.

Tive um amigo na época da faculdade que era usuário de Crack. Ele foi internado algumas vezes. Sempre que eu podia ia visitá-lo. A clínica não era só para tratamento de dependentes químicos, mas para tratamentos psicológicos em geral. Na época da internação desse meu amigo, conheci lá uma mulher que tinha tentando suicídio após o fim de um relacionamento. Conheci também o Gustavo (nome fictício). Um cara muito bacana que também estava internado lá, mas o motivo dele era o crack mesmo.
Gustavo me relatou que se sentia muito sozinho, que só seus pais apareciam na clinica. Ele não tinha mais amigos, a dependência os afastou.
Eu não ia à clinica para visitar Gustavo, mas passei a ir também por ele. Quando meu amigo teve alta, continuei indo. Prometi a Gustavo que eu seria sua amiga.

Em uma das visitas a Tempo de Viver, estava eu confraternizando com os pacientes, comendo a pizza que o pai de um deles havia levado. Quando adentra a sala de visitas um casal religioso. Eles eram de uma paróquia próxima e convidaram os pacientes e seus visitantes para rezar.
Fizemos um circulo na sala. A mulher me olhou e pediu que eu fizesse a leitura. Li um trecho da bíblia e confesso ter ficado emocionada com a situação. Aquelas pessoas precisavam tanto de uma palavra de amor, de esperança. Terminada a reza, as pessoas começaram a se abraçar. Os religiosos se aproximaram de mim. Notei que a cara da mulher era de piedade. Ela segurou em minhas mãos e com lágrimas nos olhos disse:

“Calma minha filha! Deus está no comando das coisas, você vai conseguir!”.

Entendi direito ou fui confundida com um paciente dependente químico? Tive preguiça de explicar a ela que eu estava ali visitando meu mais novo amigo Gustavo, que depois da reza me chamou pra uma conversa reservada. Ele me confessou ter planos pra nós dois quando saísse de lá. Tinha certeza que conseguiria largar o crack se eu o ajudasse! Foi minha última visita à Clínica Tempo de Viver. Não podia incentivá-lo a largar uma dependência e se agarrar a outra. E também porque confirmei minha tese que homem não faz NADA por uma simples amizade!!!

A verdade é que a vida nos oferta muitas muletas e por acharmos o caminho difícil demais, a gente pega várias. Uma escora o lado esquerdo, outra o direito, uma na frente, outra atrás... E de repente a gente não sabe mais o que é encostar os pés no chão. Depois largar quem a gente pensa ser responsável por nos manter em pé é quase impossível!
Embora tenha largado o cigarro, tenho consciência que ainda são muitas às muletas que preciso quebrar!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Brigas que eu nunca quis ganhar!



Brigar? Imagina nunca foi meu forte. Nunca fui boa de ofensas, pior ainda com a força bruta. Embora tenha feito judô, sou péssima no corpo a corpo.
Nos dois tipos de brigas que eu me envolvia (ou melhor, que me envolviam) eu sempre perdia e saia chorando.
Tenho dois irmãos mais velhos né, apanhei muito deles. Quando não era deles, era dos meus primos. Uma vez Rodrigo e Gustavo me jogaram no chão e me fizeram comer terra. Eu sempre entrava em casa chorando ou porque o João Felipe tinha me xingado ou Rafael me batido ou o Gustavo me esfolado. Mas tenho certeza que nenhum deles chorava quando brigava comigo.
Sou a favor daquele ditado as avessas: “Dou uma boiada par não entrar numa briga e duas boiadas para sair dela”!

Mas como algo no universo conspira... Parece que tudo que você repudia, acaba por atrair.
Eu devia ter uns 15 anos, em um carnaval, estava andando com uma amiga pelas ruas de Valença. Ela havia falado alguma coisa engraçada e eu ri. Em seguida, escutamos uma voz de mulher xingando até minha oitava geração: *&¨%$#@%¨&**&¨%$##, com certeza minha mãe teria ficado ofendida. Mas eu não, achei que não era pra mim. Minha amiga insistiu e disse que era. A pessoa que proferiu tais palavras contra minha querida mãe, aparentemente não gostava de mim, ela namorava um cara que eu já havia ficado. O fato deu passar rindo deu margem para que ela pensasse que meu riso seria para ele, confuso né? Imagina! Ainda estava tudo por começar.

Eu já estava decida a manter aquele episódio encerrado e fingir que tudo não passou de um mal entendido. Foi quando encontrei uma garota, que na época era uma grande amiga, e contei a ela o ocorrido. Ela não fazia aula de artes marciais, mas naquela época ela adorava uma confusão. Pedi que ela deixasse aquele assunto pra lá, mas ela se recusou e saiu atrás de “reforços”.

De repente eu me vi rodeada de meninas que eu nunca tinha visto na vida que diziam: “Vamo enfiá a mão nela”!!!

Deus!!! O que estava acontecendo? Quem eram aquelas? Elas nem me conheciam e pior nem conheciam a garota! Como queriam bater numa pessoa que nunca tinham visto???

Fui sendo empurrada por aquele grupo de meninas que me levaram até o local onde estava a garota. Fiquei nervosa, frio na barriga, vontade de chorar, um monte de gente olhando.

Me aproximei. Todas as meninas me olhando esperando uma atitude macha da minha parte.

 “Fulana, posso falar com você?” Perguntei com as pernas balançando.

“É comigo?” Perguntou a garota

“Sim é com você”! Minha afirmação foi tão educada que parecia que ia convidá-la para tomar um chá.

“Eu queria saber o porquê de você ter me xingado”. Mas na minha cabeça eu pensava, eu não quero saber, não precisa responder, já to indo pra casa!

“Porque você fica arreganhando esse seu sorrisinho pro meu namorado!!!” gritou ela.

Eu queria explicar pra ela que não, que aquilo foi um grande mal entendido, mas antes que eu pudesse falar uma das meninas que estava atrás de mim berrou:

“Mete a mão na cara delaaaaaa”

O namorado da garota a puxou e me pediu: “Não bate nela Vivianne”.  Em seguida o amigo dele disse: “Se for pra brigar vai ter que ser no mano a mano!!!”

Minha cabeça fervilhando pensava: “O que será que é mano a mano?”

“Gente, para, eu não bato nem no meu cachorro, quero sair daqui!” Me esquivei e fui saindo quase sem ser percebida.

Comentários de todos os jeitos, formas e tamanhos surgiram na semana seguinte ao acontecido. Mas parei de pensar naquilo tudo, queria esquecer aqueles momentos... Em um sábado, fui com aquela minha amiga que arrebanhou as meninas que gostavam de briga, a uma boate chamada Barcelona. Era a noite do cupido. As pessoas podiam mandar torpedos umas para outras, o cupido entregaria para o DJ, que os leria. Essa minha amiga foi convidada a ser um desses cupidos. Acabei ficando junto com um garoto que eu tinha conhecido um pouco antes de começar a festa.

Vi que a menina da confusão do carnaval estava lá com seu namorado e os pais dele. Mas como pra mim aquela história já tinha acabado, nem me preocupei.
De repente a música para e o DJ diz:

“Alô Galera!!! Mais um torpedão bombando aqui!
Fulano de tal (nome do garoto que seria o pivô de toda a briga do carnaval). Eu te amo...

Em milésimos de segundos eu pensei: “Nossa que bom que eles estão bem, a namorada dele mandando até torpedo”.

Continua o torpedão:

... Fica comigo, assinado Vivianne”.

O QUE??? QUE PORRA É ESSA??? Pensei eu, pensamos né, porque a namorada dele deve ter pensando a mesma coisa!

Caí num choro desesperado, de nervoso e de medo né, porque eu ia apanhar. Minha reação como sempre foi o diálogo. Me aproximei aos prantos da garota para tentar explicá-la que eu não havia mandando torpedo nenhum. Mas com razão ela queria me enforcar. Gritava para eu sair da frente se não ela iria me arrebentar! E eu? Eu só chorava, esqueceram que numa briga eu só sei chorar?!

Nunca descobri quem foi a pessoa que fez isso. Tiveram especulações na época, mas achei melhor deixar pra lá. Essa minha amiga que estava vestida de cupido tentou “minimizar” a situação e mandou um torpedão resposta:

“Fulano de tal. Você foi enganado, eu não disse nada. Assinado Vivianne.”

Vergonhas e brigas a parte, ainda bem que a memória do brasileiro é curta.

Nada me motiva a uma briga, nem quando me xingam ou me encaram. A única coisa que me faz realmente sair do sério é a injustiça ou então se fizerem alguma coisa com alguém que eu amo. Isso realmente me descontrola.
Trocar ofensas, chutes e pontapés NUNCA é a melhor opção. Esse é uns dos pontos positivos de ser filha de pedagoga. Ela te ensina a pensar, não a lutar! Aprendi que a conversa é sempre o melhor caminho, deve ser por isso que falo tanto! =)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O buquê é meu!!!


Nunca fui uma menina de namorar, todas as minhas amigas já haviam tido algum namorado, nem que fosse por um mês. Eu não. Durante toda minha adolescência sempre tive casinhos, ficantes, rolos, problemas e aporrinhações. Mas namorado não.

Meu primeiro namoro sério e concreto começou aos 19 anos, não me lembro de ter durado mais de 4 meses. Depois voltei aos casos, ficantes, rolos, problemas e aporrinhações. Assim como na adolescência, durante a faculdade todas minhas amigas tinham namorado. As que não estavam namorando, haviam terminado recentemente. Eram tantos namoros promissores que eu me pegava pensando: Que droga se o buquê do casamento da Manu não der sorte eu to ferrada!
Para quem não conhece a Manu, nem a história do buquê, vou contar:

Manu estudou comigo na faculdade, casou-se no primeiro ano, eu tinha 18 anos, acho que ela também. Algumas pessoas da sala foram convidadas para o casamento, eu uma delas. Foi lindo, ela estava linda, a festa ótima. Bebemos muito ou eu bebi muito, não me lembro bem...

É chegada a hora do buquê, a mais tensa entre as mulheres. As acompanhadas querem pegar com tentativa de pressionar seus atuais parceiros... As solteiras querem pegar, porque... Bem acho que pra ficarem menos deprimidas!

Modéstia a parte, sempre fui especialista em pegar buquês! Meu primeiro buquê foi aos 10 anos, no casamento da manicure da minha mãe. Fiquei tão feliz, pulando com o buquê na mão. Meu sorriso se dissipou mediante aos olhares mortais que recebi das donas encalhadas, elas queriam me fuzilar!

“Não valeu, não valeu! Joga de novo, joga de novo! Ela é só uma criança” – Gritava o coro das solteiras ensandecidas.

Pressionada, a noiva veio em minha direção com um sorriso amarelo e me tomou o buquê. Minha mãe não deixou eu entrar na disputa novamente. Fiquei sentada na mesa observando com uma raiva danada daquelas encalhadas, que nem pra pegar buquê tinham talento, quanto mais um marido!

Voltando ao casamento da Manu. Uma dica: quem quer pegar o buquê tem que ficar na frente, a noiva nunca joga longe demais, as mulheres não tem força pra isso e geralmente já beberam um pouco... Mas esse não era o caso da Manu, porque até onde eu sei, ela não bebe!

As mais desesperadas, Samara e eu, solteiras convictas, nos posicionamos na frente! Pensei por um minuto, perdi! A Samara é bem mais alta que eu: vai pegar! Me concentrei e fiquei olhando só pro buquê, até que... peguei!!!

“Ei Samaraaa, solta!!! Eu peguei!!!” gritava eu, parecendo muito com aquelas encalhadas que vi no casamento da manicure.

Samara falava entre dentes: “Não vou soltar, não vou”

Agora julguem como quiserem, mas eu peguei o cabo do buquê, já Samara pegou as flores!!! Quem pegou afinal? Lógico que foi eu!!!
Samara soltou, eu fiquei bastante feliz com o meu buquê e pensando agora falta pouco!

Quando terminei a faculdade conheci uma pessoa, fomos morar juntos, felizes e apaixonados. Me lembrei do buquê da Manu, cheguei a enviar um recado pra ela dizendo que o buquê havia me dado sorte! Ai que vontade de rir!!!! Mal sabia que da mesma forma do buquê, os relacionamentos murcham e o meu não teve outro destino!

Mas da mesma forma que as flores murcham e crescem novamente, eu cresci... E como diria nossa querida Cecília Meirelles: Voltei inteira! Pronta pra pegar outro buquê... Logicamente um buquê que dê mais sorte ou então que dure mais ou quem sabe ainda que me faça sofrer menos!

Há um ano atrás meu irmão se casou! Quem diria João Felipe, meu Fefe, casado! Sim senhores e um ótimo marido, diga-se de passagem! O casamento foi lindo, a festa também... Novamente não me lembro muito dos detalhes porque havia bebido um pouco.

É chegada a hora do buquê, fiquei pensativa, será que valeria a pena passar por tudo aquilo novamente? Não, não, quero mesmo é pegar o sapo! Agora nos casamentos eles jogam ursinhos de sapo ou de Santo Antonio, enfim não tinha intimidade na disputa do sapo e acabei perdendo...

Agora sim, o famigerado buquê! Não, não vou pegar! Vou ficar aqui na minha, deixe pra outra pessoa que nunca pegou... Eis que a noiva lança o buquê e ele cai nas mãos de um menino de uns 08 anos, que estava bem atrás dela! As solteironas ensandecidas (presentes em todo casamento) fizeram coro do não valeu! O menino não tinha mesmo interesse no buquê e o jogou pra longe! Sim, se vocês pensaram que o buquê veio parar exatamente na minha mão, pensaram certo! Será um destino? Será um sinal?

Até agora nada... Quando eu tinha 15 anos achava que com 26 eu já teria uns dois filhos! Afinal foi assim com a minha mãe! Hoje aos 26 anos continuo na mesma situação da minha adolescência: casos, ficantes, rolos, aporrinhações e problemas. Sinceramente? Se todos os relacionamentos promissores de todas as minhas amigas tanto de adolescência, quanto de faculdade tivessem evoluído para um casamento, acho que eu estaria mais desesperada, mas como estamos todas no mesmo barco, solteiras convictas e assumidas, fico mais calma!

Achar uma pessoa especial não é tão fácil quanto pegar um buquê. Requer mais talento que isso. Não é apenas se posicionar, empurrar uma ou duas loucas e gritar: soltaaaa! É bem mais complexo, como não sei a fórmula e acho que ninguém sabe, continuo aguardando...Ah mas se por um acaso alguém souber, eu troco por um buquê!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Qualquer semelhança, não é mera coincidência!


Dizem por aí que os cães são o reflexo do dono. Não sei afirmar se os temperamentos se assemelham, mas que a semelhança física é gritante, ah isso é!
Vejo sempre passar por mim uma senhora negra, com os cabelos brancos que anda quase arriando de tão velha, um passo vagaroso após o outro de tartaruga.
Se escorando na bengala, lá vem ela arrastando seu poodle preto, já quase branco de tão grisalho que está seu pelo. Não sei dizer quem segura quem ou quem anda mais devagar. Na metade do passeio, por uma quadra, os dois param para descansar!

Um dia estava passeando com o Zé na rua e ele pulou em cima de uma moça que passava (ele sempre faz isso, elege uma pessoa pra pular e dar uma lambida).
A moça gostava de cães, fez carinho nele e disse: “Nossa vocês são muito parecidos! Até a cor do cabelo é igual!”
Não sei se a intenção dela foi ofender ou elogiar, mas como eu acho o meu cachorro LINDO fiquei muito feliz e saí balançando meus cabelos pela calçada.

Mas será que é só nisso que a gente se parece? A cor dos “cabelos”!

Zé é hiperativo, tudo bem, eu também sou. Da mesma forma que ele late muito quando tá nervoso, eu falo muito quando to nervosa e quando não estou também.

Ele era espanta bolinho quando era pequeno. Na nossa rua havia muitos cachorros pequenos que passeavam com seus donos pela manhã. Os donos acabavam por se reunir num canto da calçada para conversar. Os cachorros se cheiravam, brincavam um pouco e logo deitavam.
Era quando surgia um alucinado cão, puxando sua dona, ou melhor, arrastando sua dona pela calçada. Temerosos os donos dos outros cachorros começavam a se preparar para sair, mas Zé era sempre mais rápido. Pisoteava os cachorros, os virava do avesso, embolava todas as guias, geralmente ainda tomava uma mordida de um Poodle, mas nada que o intimidasse.
A confusão durava pouco, os donos com seus cães rapidamente se dispersavam. E lá ficava Zé e eu, sozinhos na calçada, ele sentava ofegante com sua língua de fora e ficava olhando pra minha cara do tipo: Aonde vão meus amiguinhos???
A dona do Zeca (um Beagle) sempre ia embora dizendo: “Já te disse pra começar logo o tratamento com florais”.

Eu ficava me perguntando: “Florais? Pra mim ou pra ele?” 
O pior é que nós dois acabamos tomando os tais florais, eu antes dele!

Mas espere: seria eu também uma espanta bolinho? Não responda!
Ah acho que não... Não me lembro de ser isolada por algum grupo por pentelhar demais. 
Bem, quando eu era pequena e os amigos dos meus irmãos estavam lá em casa ou meus primos. Eu ficava andando atrás deles para interagir, conversar, mas eles não queriam. Eu chegava, eles saiam, até que eles iam pro quarto e trancavam a porta, eu ficava chorando sentada na porta pedindo pra entrar.

Ah meu Deus, eu também fui uma espanta bolinho! Espero que ainda não seja!

Ah Zé morre de medo de barulhos! Uma chuva já é mais que o suficiente para deixá-lo tremendo de medo! Ele se esconde em qualquer lugar, geralmente embaixo da cama. Eu não tenho medo de barulhos... Assim medo, medo não! Mas receio eu tenho, não do barulho em si, mas de raios, tá eu tenho medo de raios.
Lógico! Mas quem não tem??! Se até o cachorro que não raciocina como nós, sabe que raio é perigoso, não é pra ter medo?
Em uma trilha que fizemos em Ilha Grande pude comprovar meu pavor por raios! Pegamos a maior tempestade que você pode imaginar! Muita chuva, muita lama, muitos raios e muito choro! Sim, entrei em pânico, chorei feito uma criança de 05 anos, queria muito me enfiar debaixo de uma cama e não sair nunca mais!

Acho que temos outras semelhanças além dessas:

Assim como eu, Zé vem dando muito trabalho pra minha mãe nesses últimos meses. Desculpe Mamãe, falta pouco!

Minha carne predileta é a costela de boi (embora eu esteja tentando parar de comer carne). O osso predileto do Zé é o de costela de boi.

Nós dois usamos shampoo e condicionador para cabelos claros. A diferença é que ele usa Sanol e eu Pantenne.

Sempre fui muito carinhosa com as pessoas (pelo menos minha avó sempre disso isso). Zé também é carinhoso, a diferença é que seu carinho é pesado e pode derrubar alguém.

Amamos crianças, bebês e tudo mais. Eu talvez por instinto materno, já o Zé pelo cheiro que elas têm. Não sei se é o cheiro do leite, dos biscoitos ou da fralda.

Somos gulosos! Quando eu tinha 04 anos, num Natal na casa da minha avó, cheguei a comer 08 pastéis (eram médios tá bem!) de uma vez só! Até hoje nos almoços de família sou sacaneada por conta disso! Zé uma vez comeu 07 bifes (eram grandes tá) de contra-filé cru, que eu ingenuamente, deixei em cima da pia! Ele comeu todos os bifes e foi pra sala todo feliz, lambendo os beiços. Só desconfiei quando vi uma gotinha de sangue em cima do focinho dele!

Ta bom vai! Já me convenci, temos mais em comum do que eu imaginava!
Mas além das semelhanças físicas e psicológicas, há a semelhança sentimental, que com certeza é maior de todas. Amo aquele bode louco e tenho certeza do enorme sentimento dele por mim! 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sessão Nostalgia

Estava eu ontem no ônibus, voltando para casa e de repente me veio à cabeça uma música da época da minha infância:
 “Não quero cenouras, ervilha ou rabanete, para enfeitar meu ramalhete...”
 Um trecho da primeira música cantada no Filme/ Musical “A Princesa e Gnomo”. Desde então comecei a lembrar de muitos outros filmes, séries e desenhos que fizeram parte da minha infância. Mesmo grande parte disso sendo lixo cultural, todos estão dentro da minha caixa de nostalgias!
A música que coloquei aí em cima não saiu mais da minha cabeça, cantarolo o tempo todo (não queiram me ouvir cantar, é um castigo até pra mim).
 Engraçado esse negócio de cantar, né? Quando a gente está cantando, por mais que seja desastroso, até que soa bem aos nossos ouvidos... Por exemplo: acho que eu arraso cantando as músicas da “Bela e Fera”, alguém sabe alguma? Faço as vozes da Bela, da Fera e do Gaston! Decorei todas as músicas de tanto assistir ao filme. 
“Ohhh ele está mudado. Claro que ele está longe de ser, um príncipe encantado, mas algum encanto ele tem, eu posso ver...”
“A dama e o vagabundo” também rodou muito em nosso vídeo cassete. Aliás, foi deste filme que veio o nome da minha primeira cadelinha a Lady (que ela esteja em paz). Aluguei esse filme pela ultima vez aos 08 anos, mas quando coloquei a fita pra rolar, apareceu uma vagabunda, não o vagabundo... O cara da locadora colocou um filme pornô no lugar do meu desenho! Rafael me jogou pra fora da sala e convidou João Felipe e um amigo para assistirem ao filme.
 Mas voltando aos filmes infantis:
Alguém sabe me responder o porquê de uma criança assistir 10, 20, 30, 100 vezes a mesma coisa sem cansar? A tal ponto de saber decorado as falas, as músicas, ter toda a cena na cabeça. Ou será que este é um problema individual meu? Teria sido eu uma criança problemática e hiperativa a tal ponto, que quando me interessava por alguma coisa assistia incessantemente por um milhão de vezes?
 Tenho na memória os filmes que meu pai era obrigado a alugar todos os dias. Na verdade ele só passava na locadora para renovar a fita e não pagar multa.
“Chico Bento Oiá Onça”, acho que esse é um dos clássicos da minha infância! Seguido pelos já citados “A Princesa e Gnomo”, “Bela e Fera” e “A dama e o vagabundo”.
 Não menos assistidos foram: “Lua de Cristal”, sei as falas da Xuxa até hoje.
 A mãe dela perguntava: “Você quer cantar na festa da escola Maria da Graça?” E ela respondia: “Quero!” Emocionante! Mas tadinha, nunca conseguia... Ela morria de medo de cantar, no fundo ela devia saber que era um desastre!
  Xuxa em sua aula de canto: Sefuxipá, sefuxipá, sefuxipá...
 Ela cantou Bem-te-vi e o professor disse que ela tinha uma linda voz! Devia ser por isso que eu pensava que cantava bem! Porque, sem sombra de dúvidas, eu cantava Bem-te-vi melhor que ela!
 Nesta super produção, contamos com ilustres participações de Duda, Serginho Malandro, Paquitas e Paquitos, além dos nada saudosos Miquinhos Amestrados!!! Alguém lembra?
 A maior loucura desse filme é o Serginho Malandro em uma motocicleta caindo aos pedaços, entrando no Túnel e saindo na praia, vestido de príncipe em um cavalo branco! Se bem que é páreo duro pra cena que a Xuxa canta e a plantinha solta uma fruta que parece um mamão ou seria maracujá? Quanto apelo lúdico!
E “Super Xuxa Contra o Baixo Astral”???  Eu chorava, queria o Xuxu de volta a qualquer custo!
Alto astral tudo é lindo! Alto astral tem um sorriso, alto astral ilumine o meu cristaaalll!!!! Ou, ou, ou, ou, ou, ou, ou, ou
Tirando é claro a lagarta Xica, que aqui pra nós, nada mais era que um pênis travesti!
“Casamento dos Trapalhões” eu curtia muuuito!!! Nunca entendi como o Dede e o Didi davam aqueles mortais e cambalhotas, mas João Felipe e eu sempre imitávamos a apresentação que ele fizeram no filme na varanda lá de casa.
 E “Sonho de Verão”??? Adorava!!! Ainda mais na parte da música: “Chiquito quer ser meu paquito me diga que sim!!!”  Pensando bem a história não tinha o menor nexo!
“Deu a louca nos monstros”! Um clássico do terror infantil! De lá surgiu a idéia de montar nosso Clubinho dos Monstros! Só entrava quem conseguisse pegar 5 tanajuras!
 Chaves e Chapolim pra sempre! Sem pra palavras pra descrever um seriado que me arranca profundas gargalhadas até hoje! E afirmo: quem não gosta ou não acha graça, não conhece nada de humor!
 Não posso falar em série sem lembrar de “Punky, a levada da breca”: Nunca mais eu vou dizer que essa vida me aborrece, Punky, deixo pra fazer resolver só pra ver o que acontece, Punky, a menina que ilumina, toda vez que a gente vê, ainda tenho muito que aprender com você!!! Um jeitinho que amolece um coração de ferro...
Me digam, por favor, só eu sei cantar essas músicas???? Devo ter algum problema!!!
 Só para registrar, o meu pra sempre herói: cavalo de fogo! Sim, eu sempre quis ser a Princesa Sara!Me levem pra Darsham!!!
Pra fechar, não poderia faltar o meu preferido, clássico dos clássicos da Sessão da Tarde: “Elvira a Rainha das Trevas”. Juro que ainda vou descobrir como ela fazia aquela chacoalhada com os peitos!
 Ta certo que a maioria das coisas que eu assisti na infância não eram assim tão pedagogicamente corretas. Aliás, Xuxa é o que há de menos pedagógico no mundo!
Mas mesmo o mestre dos magos sendo do mal, mesmo que a rainha dos baixinhos tenha bombando na pornôchanchada, mesmo que o Bozo tenha cheirado toda a cocaína do mundo... Tenho saudade desse lixo que eu consumi e por isso hoje divido tudo isso com vocês!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Vigiado por vizinhos fofoqueiros!

Segundo o dicionário a palavra vizinho significa: “Indivíduo que reside perto de nós”, mas na minha humilde opinião alguns vizinhos significam: “Vigilantes por 24 horas”!

Da minha fase de criança até meus 16 anos minha vizinha sempre foi a vovó. E não que ela seja fofoqueira, longe disso, mas ela estava sempre zelando pelo bem estar dos netos. Logo, qualquer berro mais elevado ou grito de dor o telefone tocava e era ela querendo saber o que estava acontecendo. Com certeza era Rafael batendo em João Felipe ou João Felipe batendo em mim ou Rafael batendo em nós dois!
Às vezes o problema esquentava tanto que eu mesma ia até a casa dela pedir ajuda: “Vovó me ajuda, o Rafael quer me bater!!!”, e como uma boa avó e vizinha, minha mãe ficava sabendo de tudo quando chegava do trabalho.

Quando mamãe e eu mudamos para o apartamento depois que todos se mudaram para o Paraná, tive vizinhos estudantes. Não me lembro o nome deles, sei que faziam Medicina. Um dia, em um carnaval, chegando as 7 da manhã de um Bloco do Pijama em Rio preto, fui tentar, educadamente, ajudar meu vizinho a abrir a porta do apartamento, porque ele não conseguia! Infelizmente eu também não consegui, não acertava o buraco da fechadura de jeito nenhum, éramos dois bêbados no corredor rindo um da cara do outro.

Mas vizinhos, desses que honram o cargo de vizinhos, ah esses só tive no saudoso e pacato bairro da Vila Carli, na cidade de Guarapuava – PR. Tenho certeza que ninguém teve ou terá vizinhos como os meus!

As casas tinham muros baixos, logo podíamos ver todo o quintal de nossos vizinhos e eles o nosso. Muitas vezes eles enxergavam dentro de nossa casa. Como era o caso da minha vizinha de fundos, que não podia me ver na cozinha e corria pra bater papo.

Na primeira semana morando lá escuto palmas no portão, era Felipe, um dos 4 filhos do Sr. Odilon da casa da frente.
“Tarrrdeee”, disse o garoto com seu sotaque paranaense, “Tem 3 ovo pra emprestar?”. Sim ele disse 3 ovo!

Me perguntei, por um momento, quem era aquela criança ali parada me pedindo ovos e antes que eu pudesse perguntar ele disse que morava na casa da frente e a mãe dele estava precisando “dos ovo” para um bolo. Como política de boa vizinhança dei os ovos a ele. Mas gente!!! Como aquela mulher fazia bolo, toda semana Marcelo (o filho caçula) e Felipe batiam  lá em casa atrás de 3 ovos, tava quase criando uma galinha!

Marcelo também é muito inesquecível! Ele adorava falar meu nome, gritava o dia todo VIVIANEEEEE e quando estava com seus amiguinhos obrigava a todos a gritar meu nome, quem não falasse comigo tomava cascudo dele: “Fala oi com a ViviannEEE”, dizia ele irritado.

Quando lançaram as figurinhas de cachorro da Elma Chips, tive a infeliz idéia de dar ao Marcelo algumas, ah se eu pudesse voltar atrás, parece que estou escutando aquela  voz fininha gritando no portão:

ViviannEEEEE, tem figurinha do cachoRo pra dá???


Pior foi ele espalhar para as crianças da rua que eu ViviannEEEE, tinha muitas figurinhas de cachoRo pra dar!

Eu chegava da faculdade tensa e logo vinham 4 ou 5 crianças junto com o Marcelo gritando atrás de mim.

Um dia ele estava lá em casa brincando com Hera e Gioconda (cachorras do Rafa) e perguntou se elas tinham PURGA, porque o cachorro dele estava com PURGA.

Fiz aquela cara de Meu Deus, o que esse menino está falando?! É cachoRo, é Purga...
“Marcelo querido, por favor, não é purga que se fala, é pulga! Repete comigo PULGA!”

E Marcelo com muita propriedade respondeu: “Você está errada ViviannEEE, Pulga é uma coisa, Purga é outra”

Vivendo e aprendendo com Marcelinho, purga para eles é bicho-de-pé!

Sr. Odilon (que Deus o tenha) chefe daquela engraçada família, passava o dia todo sentando em um sofá na varanda olhando pra minha casa. Acompanhava quem entrava e quem saia, todas as brigas que tínhamos etc.
Numa tarde, bate a nossa porta um vendedor de panelas. Rafa se interessa por uma delas e resolve comprar. Sr. Odilon se aproxima, observa o ato da escolha e da compra da panela e mantém os olhos fixos em Rafael, que acaba perguntando: “O que você quer?”

Sr. Odilon sem titubear solta:

“Por que ao invés de comprar panelas, você não compra blusas e para de pegar as roupas de seu irmão?”

Gente, só uma coisa a dizer: Vigiados por vizinhos fofoqueiros!

Para fechar com chave de ouro não poderia faltar a loura da esquina, ela trabalhava numa casa noturna, dessas de mulheres de família, sabe?

Eu estava colocando o lixo para fora e ela estava passando. Ela ficou parada me olhando e começou a acompanhar meus movimentos, abaixei para colocar o lixo no chão e ela abaixou junto, não queria, mas tive que perguntar: “A senhora precisa de alguma coisa?”

Ela deu uma risada sem graça e disse: “Minha amiga disse que um dia você ainda me bate”.

Jesus! Que droga havia tomado aquela mulher? Ou será que fazer muito sexo em uma noite só da algum tipo de onda?

“Desculpe, não estou te entendo”, disse eu já abrindo o portão para entrar em casa.

“Eu acho o seu marido muito bonito e as vezes olho pra ele, mas é só amizade. Aí minha amiga disse que qualquer dia você vai me bater”, disse a loura de família.

“Marido? Eu? A qual dos meus irmãos você está se referindo: João Felipe ou Rafael?”

“O Rafa é seu irmão? Oba!!!” saiu a loura saltitante.

“Boa Tarde para você também vizinha e boa sorte com o Rafa” disse eu fechando o portão!

Saudosa Vila Carli!

Hoje em dia posso parafrasear Zezé Di Camargo e dizer:

“Meus vizinhos eu nem sei quem são”! Sorte ou azar???

Acho que é sorte, os porteiros já cumprem o papel de vizinhos com muita competência!