sexta-feira, 3 de junho de 2011

Brigas que eu nunca quis ganhar!



Brigar? Imagina nunca foi meu forte. Nunca fui boa de ofensas, pior ainda com a força bruta. Embora tenha feito judô, sou péssima no corpo a corpo.
Nos dois tipos de brigas que eu me envolvia (ou melhor, que me envolviam) eu sempre perdia e saia chorando.
Tenho dois irmãos mais velhos né, apanhei muito deles. Quando não era deles, era dos meus primos. Uma vez Rodrigo e Gustavo me jogaram no chão e me fizeram comer terra. Eu sempre entrava em casa chorando ou porque o João Felipe tinha me xingado ou Rafael me batido ou o Gustavo me esfolado. Mas tenho certeza que nenhum deles chorava quando brigava comigo.
Sou a favor daquele ditado as avessas: “Dou uma boiada par não entrar numa briga e duas boiadas para sair dela”!

Mas como algo no universo conspira... Parece que tudo que você repudia, acaba por atrair.
Eu devia ter uns 15 anos, em um carnaval, estava andando com uma amiga pelas ruas de Valença. Ela havia falado alguma coisa engraçada e eu ri. Em seguida, escutamos uma voz de mulher xingando até minha oitava geração: *&¨%$#@%¨&**&¨%$##, com certeza minha mãe teria ficado ofendida. Mas eu não, achei que não era pra mim. Minha amiga insistiu e disse que era. A pessoa que proferiu tais palavras contra minha querida mãe, aparentemente não gostava de mim, ela namorava um cara que eu já havia ficado. O fato deu passar rindo deu margem para que ela pensasse que meu riso seria para ele, confuso né? Imagina! Ainda estava tudo por começar.

Eu já estava decida a manter aquele episódio encerrado e fingir que tudo não passou de um mal entendido. Foi quando encontrei uma garota, que na época era uma grande amiga, e contei a ela o ocorrido. Ela não fazia aula de artes marciais, mas naquela época ela adorava uma confusão. Pedi que ela deixasse aquele assunto pra lá, mas ela se recusou e saiu atrás de “reforços”.

De repente eu me vi rodeada de meninas que eu nunca tinha visto na vida que diziam: “Vamo enfiá a mão nela”!!!

Deus!!! O que estava acontecendo? Quem eram aquelas? Elas nem me conheciam e pior nem conheciam a garota! Como queriam bater numa pessoa que nunca tinham visto???

Fui sendo empurrada por aquele grupo de meninas que me levaram até o local onde estava a garota. Fiquei nervosa, frio na barriga, vontade de chorar, um monte de gente olhando.

Me aproximei. Todas as meninas me olhando esperando uma atitude macha da minha parte.

 “Fulana, posso falar com você?” Perguntei com as pernas balançando.

“É comigo?” Perguntou a garota

“Sim é com você”! Minha afirmação foi tão educada que parecia que ia convidá-la para tomar um chá.

“Eu queria saber o porquê de você ter me xingado”. Mas na minha cabeça eu pensava, eu não quero saber, não precisa responder, já to indo pra casa!

“Porque você fica arreganhando esse seu sorrisinho pro meu namorado!!!” gritou ela.

Eu queria explicar pra ela que não, que aquilo foi um grande mal entendido, mas antes que eu pudesse falar uma das meninas que estava atrás de mim berrou:

“Mete a mão na cara delaaaaaa”

O namorado da garota a puxou e me pediu: “Não bate nela Vivianne”.  Em seguida o amigo dele disse: “Se for pra brigar vai ter que ser no mano a mano!!!”

Minha cabeça fervilhando pensava: “O que será que é mano a mano?”

“Gente, para, eu não bato nem no meu cachorro, quero sair daqui!” Me esquivei e fui saindo quase sem ser percebida.

Comentários de todos os jeitos, formas e tamanhos surgiram na semana seguinte ao acontecido. Mas parei de pensar naquilo tudo, queria esquecer aqueles momentos... Em um sábado, fui com aquela minha amiga que arrebanhou as meninas que gostavam de briga, a uma boate chamada Barcelona. Era a noite do cupido. As pessoas podiam mandar torpedos umas para outras, o cupido entregaria para o DJ, que os leria. Essa minha amiga foi convidada a ser um desses cupidos. Acabei ficando junto com um garoto que eu tinha conhecido um pouco antes de começar a festa.

Vi que a menina da confusão do carnaval estava lá com seu namorado e os pais dele. Mas como pra mim aquela história já tinha acabado, nem me preocupei.
De repente a música para e o DJ diz:

“Alô Galera!!! Mais um torpedão bombando aqui!
Fulano de tal (nome do garoto que seria o pivô de toda a briga do carnaval). Eu te amo...

Em milésimos de segundos eu pensei: “Nossa que bom que eles estão bem, a namorada dele mandando até torpedo”.

Continua o torpedão:

... Fica comigo, assinado Vivianne”.

O QUE??? QUE PORRA É ESSA??? Pensei eu, pensamos né, porque a namorada dele deve ter pensando a mesma coisa!

Caí num choro desesperado, de nervoso e de medo né, porque eu ia apanhar. Minha reação como sempre foi o diálogo. Me aproximei aos prantos da garota para tentar explicá-la que eu não havia mandando torpedo nenhum. Mas com razão ela queria me enforcar. Gritava para eu sair da frente se não ela iria me arrebentar! E eu? Eu só chorava, esqueceram que numa briga eu só sei chorar?!

Nunca descobri quem foi a pessoa que fez isso. Tiveram especulações na época, mas achei melhor deixar pra lá. Essa minha amiga que estava vestida de cupido tentou “minimizar” a situação e mandou um torpedão resposta:

“Fulano de tal. Você foi enganado, eu não disse nada. Assinado Vivianne.”

Vergonhas e brigas a parte, ainda bem que a memória do brasileiro é curta.

Nada me motiva a uma briga, nem quando me xingam ou me encaram. A única coisa que me faz realmente sair do sério é a injustiça ou então se fizerem alguma coisa com alguém que eu amo. Isso realmente me descontrola.
Trocar ofensas, chutes e pontapés NUNCA é a melhor opção. Esse é uns dos pontos positivos de ser filha de pedagoga. Ela te ensina a pensar, não a lutar! Aprendi que a conversa é sempre o melhor caminho, deve ser por isso que falo tanto! =)

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