quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A sorrir eu pretendo levar a vida!

Manter um blog atualizado não é tão fácil quanto eu pensei que fosse. Só publico histórias que eu mesma goste de ler várias vezes e ache graça várias vezes. Apesar de que as coisas não precisam ter muita graça para que eu ache engraçado.
Certa frase diz que: “rir de tudo é desespero”. Bem, não no meu caso. Ok, ok, Nelson Rubens, quando estou nervosa e desesperada não paro de rir. Mas rir, sorrir, manter a boca arreganhada e mostrando todos os dentes é pra mim um: hábito, mania, vício. Sou dependente de sorrisos e gargalhadas, mesmo que sejam nas horas mais impróprias.

Meus ataques de riso são constantes. Nos lugares onde no máximo sorrisos seriam bem-vindos, minhas gargalhadas já ecoaram! Exemplos? Missa, reuniões, palestras, salas de aula...

Lembro de um debate entre candidatos a reitoria da faculdade que fui com uma amiga, a Fish. Não éramos obrigadas a estar ali, não pertencíamos a nenhum lado, nem chapa. Aliás, nem havia muitos alunos, a maioria eram partidários e interesseiros. Estávamos ali pela simples vontade de estar. Entramos, ocupamos as ultimas cadeiras, e cinco minutos depois do inicio do debate, inclinei minha cabeça para direita, a fim de perguntar para Fish se ela estava sentindo o mesmo cheiro que eu. Juro que não me lembro agora qual cheiro era exatamente, mas não era de peido, acho que era de tinta. Não sei o que houve naquele momento, se tinha um gnomo invisível fazendo cócegas em nossos pés, mas o fato é que, antes que eu falasse qualquer coisa explodimos numa gargalhada sem fim! Estávamos sóbrias e não tinha nem vestígios de THC em nosso organismo. Não sei explicar porque foi preciso a gente se retirar do local para parar de rir. Foi vergonhoso eu sei!

João Felipe e eu tínhamos muitos ataques de riso. Passávamos o dia todo inventando besteiras para rir. O mais estranho é que a maior parte dessas besteiras fazia muita gente rir!
Poderia citar alguns exemplos, mas acho que poucas pessoas irão entender e me julgarão demente.
Muitas coisas na vida só são engraçadas pra quem viveu, quando você conta e o espectador fica te olhando com cara de “já acabou?”, “ah tá, legal”. Eu sou do tipo que conto rindo e quando termino de contar continuo rindo e geralmente a pessoa que ouviu acaba rindo também, mesmo não tendo a mínima graça!

Existem situações que não são engraçadas quando acontecem, mas depois que o tempo passa da até pra rir! Geralmente naqueles momentos desesperados, em que você está prestes a cortar os pulsos, vem aquela voz do além, que deveria ser gravada por uma locutora especialista em alta ajuda, que diz: Calma querida, você ainda vai rir disso tudo! Aí você pensa: E você vai rir junto comigo, mas banguela, porque vou te dar uma sapatada na boca se continuar falando essas merdas confortantes pra mim!
Mas a voz tem razão, as coisas passam, passam, e você acaba rindo mesmo!

Já tentei me tornar uma pessoa mais séria, mas não consigo! As pessoas confundem muito o fato deu gostar de sorrir com “forçação de barra”. Mas creiam em mim, sempre é espontâneo! Até porque sou muito sincera para conseguir fingir qualquer coisa. A não ser que eu esteja PÉSSIMAMENTE MAL, aí sim, meu sorriso apaga completamente!

Posso concluir que não tenho vocação para tristeza! Pessoas que levam a vida muito a sério e que cultivam infelicidades me cansam!
Exagero nas piadas tentando achar graça em tudo, porque tenho a certeza de que é sempre melhor rir da vida, do que ela rir de você!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Podres sentimentos cultivados!

O ser humano possui sentimentos e atitudes que pra mim são insuportáveis. A começar pela inveja. Não há no mundo um sentimento tão desprezível quanto esse. Gostaria de poder não sentir a inveja das pessoas, mas sinto. Estranho, né? Não que eu seja uma pessoa muito invejada, mas eu reconheço com facilidade um invejoso. Seus olhares perdidos, seu incomodo por ver o próximo conquistar algo que ela não consegue conquistar, ou que, na maioria das vezes, nem tentou.
A inveja corrói, apodrece, você passa a vida toda cobiçando tudo dos outros, e você mesmo não conquista nada. Logicamente há a invejinha inocente! Como aquelas do tipo: quem me dera tivesse o corpo da Cléo Pires, ou então, como eu queria ser completamente desprendida de coisas materiais como Chico Xavier. Mas há aquela inveja corrosiva, que quando a pessoa te lança um olhar chega a dar medo! Dá aquele arrepio, misturado com um tremelique, que chamo erroneamente de descarga do corpo!

Para ilustrar, uma das mais sábias citações sobre a inveja: “A inveja mata os impuros de coração” (KEY, Kelly/2001)

Outra coisinha que repudio no ser humano é a tal da injustiça, seja ela cometida a qualquer espécie, raça, idade, cor, etc. Chego a tremer de raiva quando presencio uma injustiça.
Há algum tempo atrás saindo do trabalho, presenciei uma triste cena, protagonizada por uma atriz de quinta categoria. Uma velha feia que acha que só porque possui um pouco de dinheiro, pode tratar os outros como lixo. Ela é proprietária de alguma sala do prédio onde trabalho e estava simplesmente humilhando o porteiro. Lógico que o problema dela não devia ser com ele, mas pessoas frustradas agem assim... Não consegui ficar calada diante daquela cena, então quando eu estava quase saindo do prédio, olhei pra trás e exatamente na mesma hora, ela me olhou. Foi a minha chance, não hesitei e soltei: Velha Louca! E fui embora bem rapidinho, não riam, sei que não tenho talento para brigas, então soltei uma ofensa e corri. Sou como aquelas crianças que falam: Boba! E em seguida dão língua.

Domingo passado eu interferi em uma situação que parecia uma injustiça, mas quem quase foi injusta fui eu mesma. Estava em Valença, chegando em casa com minha mãe, quando no meio da rua surgiu o bezerrinho muito fofo. Atrás dele 3 meninos que aparentavam ter de 6 a 8 anos. Um com uma corda e os outros dois com pedaço de pau. Ao passarmos de carro pelo bezerro, notei que ele estava com um machucado no alto na coxa traseira. O ferimento sangrava... Em questão de segundos associei o ferimento aos pedaços de pau que os garotos seguravam e dei um grito: MÃE PARA O CARRO!!!
Minha mãe freou e eu desci como um furacão. Fui pra cima do bezerrinho tentando pará-lo, fazendo sons de beijo (pra quem não sabe, bois atendem por sons de beijo), e ao mesmo tempo comecei a gritar com os meninos!
O que vocês pensam que estão fazendo com esse bezerrinho??? Podem parar de machucá-lo!
Um dos garotos com uma cara apavorada respondeu rapidamente com tons de súplica:
Calma tia! Calma! Foi o morcego!
Eu não tava entendo e continuei falando: parem de machucá-lo já!!! E o garotinho: Não tia, não foi a gente, o morcego mordeu ele! A gente só ta tocando ele de volta pro dono!
Neste momento, a sanidade reapareceu a minha frente e retirou o pano preto que a injustiça jogara em meus olhos. Lembrei então que morcegos são uma triste constante em currais. Lá em casa eles já fizeram várias cabras como vítimas. Pedi desculpas, os aconselhei a cuidar bem dos bichinhos e fui embora...

Dia desses a injustiça aconteceu comigo! Mas como ainda não terminei meu curso de como Não Engolir Sapos em 20 capítulos deixei passar. Entrei no supermercado para comprar um suco, fui para o caixa que estava vazio, paguei e quando estava colocando meu suco na sacola escutei uma voz em tom grosseiro: Ah, olha aí a apressadinha! Rapidamente procurei quem estava falando com quem, e percebi que era pra mim. A velha continuou: Ta com pressa? Eu fiz cara de interrogação?! E ela continuou: Você furou fila! Na mesma hora pedi desculpas, mas realmente vi a fila vazia, e ela sutil como um elefante soltou: Eu devo estar invisível! Eu com toda minha paciência e educação que mamãe me deu respondi: Senhora, mil desculpas, não a vi na fila, se tivesse visto nunca furaria! Minha frase foi acompanhada pela afirmação positiva da Caixa, que também deve ter achado a senhora invisível, porque também não a viu na fila.
Tomara mesmo garota, que você não tenha me visto! Porque eu já desejei muito mal pra você! Berrou a senhora.
Se eu respondi? O que você acha? Lógico que não! Engoli seco, meu olho encheu d’água e fui pra casa pensando como o mundo está precisando de mais amor, ao invés destes sentimentos tão pequenos que os seres humanos cultivam.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Fiquei pra Titia!

Essa semana recebi por email uma linda notícia: Vou ser titia!
Meu irmão Rafael será um lindo e jovem papai, digo, nem tão jovem assim já que já chegou aos 30! Fiquei tão radiante, não só por nossa família crescer, mas também porque tenho certeza que serei a madrinha do bebê! Mas também fiquei pensativa com a notícia, o tempo passou, Rafa é papai, João Felipe é casado, será mesmo que vou ficar pra titia?
No auge dos meus 25 poucos anos de vida, já posso dizer: Deus como passa rápido!
Outro dia mesmo estávamos nós três brigando por um espaço maior no sofá, voavam vários pés para todos os lados. Eu lógico sempre caia no chão.

Num acesso de fúria enlouquecedora, minha mãe cortou o fio da TV com uma tesoura. A briga desta vez era pelo canal, ela não agüentava mais gritos, devia estar na TPM. O único agravante é que a TV estava ligada na tomada, o que gerou uma pequena explosão e uma tesoura derretida. Quem disse que ter três filhos é mole? Mas com certeza não é pior que ser a caçula de dois irmãos sanguinários.

Mais uma vez a briga começava na sala, Rafael decidiu que João e eu não poderíamos mais conversar durante o Globo Esporte. Falamos até ele se irritar bastante e nos tirar da sala. Fomos para meu quarto, eu já estava na porta, quando João resolveu fazer a última provocação. Rafael arremessou seu chinelo Kenner, que é macio só para os pés, em cima do João. Pegaria na cabeça dele, se ele não tivesse abaixado, sobrou para minha pequena e frágil orelha. Não agüentei e caí no chão, aparentemente eles pensaram que minha orelha também não agüentaria. Ela se tornara uma bola de fogo. Meus pais? Não estavam! A empregada? Em algum lugar longe da gente! Se meus pais souberam disso? Acho que saberão agora.

O chinelo foi pouco perto da pisada que João Felipe me deu por eu não emprestar meu cobertor pra ele. Uma tarde fria, estávamos assistindo TV. Ele decidiu que ele ficaria com o sofá todo e que eu me viraria pelo chão. Peguei um colchão e um cobertor e fui pra sala. Ele determinou: Me da esse cobertor e pega outro pra você! Eu disse: Não! Ele quis puxar, eu deitada segurei firme no cobertor e em sua camiseta! De repente um som de rasgo, ele olhou para camiseta e olhou pra mim, estava rasgada. Ele soltou o cobertor e eu me encolhi como um bicho quando sabe que chegou a sua hora, ele levantou e passou por mim, como se nada fosse fazer. Quando eu relaxei e pensei: Acho que ele viu a bobeira que estava fazendo! Ele voltou e me pisou! No pé? Antes fosse! Foi na cara mesmo! Por isso eu disse que preferia o chinelo!

Eu tinha aquele jogo o War. Aquele viciante jogo que nos mantinha em casa durante as tardes de chuva. Não gostávamos de jogar com o Rafael, mas minha mãe nos obrigava.
Vão achar que ele ganhava todas e por isso não gostávamos de jogar com ele não é?! Muito pelo contrário! Ele perdia todas, nunca conseguia definir uma estratégia para seus objetivos. O problema é que quando alguém ganhava, ele jogava o tabuleiro pro alto, voavam todas as pecinhas pelo chão da sala e eu ficava mais de meia hora pegando uma por uma.

Jogar peteca com ele também era difícil! Sempre João e eu contra ele, já que ele tinha o dobro do nosso tamanho ficava justo. Mas ele roubava muito e quando se irritava dava uma “petecada” na nossa cabeça, na maioria das vezes a “petecada” era em mim.

Mas nada disso fez com que a gente se gostasse menos...

Um dia, Rafael brigou com a minha mãe e me falou que ia fugir de casa. Se enrolou em seu cobertor vermelho e foi embora. Eu entrei correndo, chorando, gritando, e minha mãe nem me deu bola. Eu super preocupada... O achei uma hora depois escondido no quartinho de empregada. Até hoje acho que ele fez aquilo só pra me sacanear!

Este quartinho já foi cenário de muitas histórias, uma vez João e eu nos trancamos lá dentro, jogamos a chave pela janela e depois ficamos gritando a mamãe! Quem apareceu foi o meu pai, que achou que já que havíamos nos trancado lá, deveríamos ficar um pouco mais. Não me lembro bem, mas passamos pelo menos uma duas horas lá dentro. Tivemos a fabulosa idéia de cortar umas batatas e “fritá-las” no ferro de passar... Não deu certo, só fez o castigo aumentar!

É tanta coisa, tanta história, que às vezes parece impossível que tenha acontecido em uma simples infância! Tomara que esse meu sobrinho tenha irmãos e muitos primos! E se nos tempos de hoje, ele tiver metade da infância que nós tivemos, ah com certeza será uma criança muito feliz!