terça-feira, 11 de agosto de 2009

O cãopeta na Praia do Diabo...

Escrever sobre Zé mais uma vez vai ficar chato? Vai parecer que eu não tenho outro assunto na vida? Mas embora eu passe apuros com as confusões que ele apronta, eu gosto de falar e escrever sobre ele.
A maior paixão da vida do Zé, depois de mim, banana e osso de canela de boi, é a praia. Ele sabe quando vai pra praia, é só me ver pegar o biquíni, que ele lati. Nossa, e como lati! Lati sem parar até a hora de sair, depois vai me carregando pela rua. 

Quando nos aprimamos da praia o solto da coleira, até porque se eu não soltar ele comete suicídio. Zé puxa tanto que fica com língua roxa e os olhos vermelhos!
Quando ele se solta da coleira é uma disparada total, geralmente ele pega um côco no caminho e volta pra me mostrar, mas vem correndo tão rápido pra cima de mim que tenho que posicionar o joelho, para que ele não me derrube.

Ele chega à praia e vai direto por mar, antes de cair na água joga areia em alguém ou derruba alguma criança. Teve um dia que ele passou com tanta velocidade ao lado de garotinho, que só o vento derrubou o pobrezinho. Nessas situações eu me faço de desentendida e finjo que não conheço aquele cachorro louco, ainda faço cara de reprovação: de quem é esse cachorro mal-educado gente!

Dentro d’água Zé faz a festa. Fura todas as ondas, sejam grandes ou pequenas, ele se joga, parece até que quer se matar. Depois sai da água, se joga na areia e se esfrega por cerca de uns 5 minutos.
Todos na praia já o conhecem: “Ih gente olha quem chegou! É o Zé!” “Ele é hiperativo!” “Não ele só é agitadinho” e começam rir. 
Todos o conhecem não só pela sua simpatia, mas pelo fato de me ouvirem gritar seu nome a todo o momento!

“Zé não faz xixi na bolsa dela! Zé não come areia! Zé não pula nele! Zé deixa a garota comer o biscoito em paz! Zé esse brinquedo é de outro cachorro, solta! Zé sem brigar! Zé sai de cima mim! Não fura a canga dela Zé!”, até que eu me canso de gritar e volto com ele pra casa.

Um dia cheguei à praia e tinha uma Dona na beira do mar molhando os pés. Zé brincava com outro cachorro e quando ele começa a correr perde a noção de espaço e se debate nas coisas e nas pessoas. Não deu outra, ele não percebeu que estava indo de encontro à parte de trás do joelho da dona, conclusão: ela caiu! Feito uma jaca ela desabou na areia, não sei se machucou de verdade ou ela fez cena porque o marido dela começou a rir, mas o fato é que ela gritou muito, como se tivesse torcido o pé, eu saí rapidamente de perto.

É por esse e outros motivos que fico tensa quando levo Zé à praia, além disso, ele briga com alguns cachorros machos e isso me deixa muito nervosa, os donos dos outros cachorros ficam com raiva de mim.
Domingo passado, estava conversando com a Beth, uma frequentadora assídua da Praia do Diabo (praia dos cachorros), dona da cadela Princesa. Disse a ela que o Zé me deixa muito nervosa pelo seu comportamento, que eu sou a única pessoa que precisa gritar o nome do cão toda hora. Ela me olhou e disse: “Você deixa o Zé tenso, você fica tão nervosa com medo dele fazer alguma coisa que ele acaba fazendo, olhe pra ele, é só ele se aproximar de alguém e você começa a gritar, ele fica nervoso e acaba fazendo besteira”.

 Depois de escutar aquilo tudo, fiquei só observando o comportamento do Zé, não gritei e fingi nem olhar pra ele... Em menos de 5 minutos do discurso da Beth, Zé deu uma bela mijada na bolsa de uma mulher que estava ao nosso lado. Com muita vergonha peguei meu Cãopeta e o levei embora da praia do Diabo.

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