quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A saudade bateu forte...


Para quem ainda não sabe, acabo de mudar de apartamento. Minha proximidade com as coisas que já deveriam estar no passado eram constantes, e ao invés de passado, estavam sendo meu presente e meu futuro. Enfim, a questão é que me mudei. Levando de lá muitas lindas lembranças e imensas saudades.
A saudade é ainda mais forte por conta do Zé. Tive que deixá-lo em Valença. Não pude levá-lo comigo. Minha mãe está com ele agora, mas espero ser por pouco tempo...
Então, já que a saudade bateu apertada resolvi escrever sobre ele, digo, escrever mais sobre ele né. Já que o início desse blog deu-se por conta dele.

Olhando seus filhotes, lembro-me de quando ele era somente uma bolinha de pelo. Nosso primeiro apartamento tinha uma cama de viúva, sim era bem desconfortável dormir um casal naquela cama. A cama era muito baixa e o espaço dela para o chão era mínimo, mas o Zé conseguia se enfiar lá dentro quando tomava uma bronca e não havia braço que o tirasse de lá.

Lembro-me de quando minha amiga Karen foi nos visitar e na hora de ir embora escondeu Zé dentro da sua jaqueta. Ta certo que a Karen é grande, mas nesse caso, ele que era um pequeno ursinho.

Estava há um mês com meu celular novo, arrumei minha bolsa e saí para o trabalho. Quando cheguei, procurei meu celular e não encontrei, em seguida liguei para ele para verificar se não estava escondido em algum lugar dentro de minha bolsa, resultado? Fora de área ou desligado! Na mesma hora me veio a imagem de meu ursinho destruidor partindo meu celular novo em centenas de pedaços. Zé desfiou a bateria do celular e com certeza comeu o chip, porque nunca o encontramos.
Ele tinha algum problema com tecnologia, porque também detestava o controle remoto. Quando teve oportunidade o partiu em pedacinhos, mastigou uma das pilhas e a outra desapareceu misteriosamente. Saímos então, como “pais” desesperados com o Zé no colo para tirar um raio-x do estomago. Tinha a possibilidade dele ter engolido uma das pilhas, e o veterinário foi claro: “Caso tenha engolido vai ter que abrir, se não a pilha estoura lá dentro e ele morre”. Uma luta para tirar o raixo-x, Zé não parava quieto, ele herdou um pouco da minha hiperatividade. Nada em seu estomago, Graças a Deus! Quando mudamos de apartamento achamos a pilha mastigada no canto do estrado da nossa cama de viúva. A pergunta é: Como ele conseguiu colocar aquela pilha naquele lugar?

Quando mudamos Zé já tinha um ano, não destruía mais móveis e como o apartamento tinha uma área grande, as vítimas passaram a ser as plantas. Durante seis meses não pude plantar nada, pois ele comia. Depois acho que enjoou. Mas não só de plantas vive o Zé, as frutas são seu ponto fraco. Banana com casca, tomate, morango, abacaxi, casca de melancia. Dos legumes o que ele mais curte é jiló e tem que ser cru, se for direto do pé da casa da vó da Isabel, melhor ainda!

A maneira que ele recepciona as pessoas que conhece é deveras calorosa. Ele late, chora, baba, pula, morde, e às vezes atenta ao pudor. Não posso falar o nome, mas quase estuprou uma amiga minha uma vez. Foi muito constrangedor.

Ele é ansioso e hiperativo, qualquer semelhança não é mera coincidência. Acha que tem tamanho de Pincher e tem atitudes de vira-lata. Não se mistura com goldens, a não ser que seja uma fêmea no cio. Caso o contrário ele gosta mesmo é de brincar com vira-latas. Tenho certeza que ele acha os goldens muito playdogs.
Quando sente medo parece uma criança, já perdi as contas das vezes que tive que tirá-lo de dentro do chuveiro ou das vezes que ele pulou em cima da cama com medo do barulho de fogos ou de tiros. Pra isso ele é muito cagão. Já para enfrentar outro cachorro, ixi, aí é complicado. Nenhum macho pode olhar torto pra ele, a não ser um São Bernardo que vai à Praia do Diabo e tem o dobro do tamanho dele. Um dia ele foi todo cheio de si pra cima do cachorro, que só levantou as orelhas. Mais rápido do que tudo, Zé colocou o rabo entre as pernas, literalmente, e veio correndo pra trás de mim, do tipo: “Mãeee me protege”.

Quero que a semana passe depressa para que eu possa curtir o meu Bode Louco, a saudade bateu forte!

"Para um cão, você não precisa de carrões, de grandes casas ou roupas de marca. Símbolos de status não significavam nada para ele. Um graveto já está ótimo. Um cachorro não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Dê seu coração a ele, e ele lhe dará o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. De quantas pessoas você pode falar isso? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?"
Marley e eu

Zé!Será por pouco tempo! Te amo!

2 comentários:

  1. Poxa vida Vivi!!1

    Que bonito seu texto..Acho muito bacana as pessoas que ainda tem a capacidade de criarem vinculos tão fortes assim com seus animais.

    Saudade é chato,mas como vc mesma disse,em breve vcs se reencontraram!

    Um abraço!

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  2. Olha, um post fresquinho sobre o Zé! E muito bem escrito, por sinal.

    Quer dizer que um Golden bonitão desse tem complexo de vira-lata?! Engraçado, os animais adquirem mesmo uma personalidade própria, mas, muitas vezes, são um espelho de seu dono.

    Quanto às recepções calorosas dele, algumas histórias já me foram adiantadas. Inclusive, a amiga que quase sofreu um atentado ao pudor, disse que, apesar do constrangimento, a mãe do Zé ficou toda orgulhosa de seu filho varão.

    Parabéns, Vivi.

    Um abraço.
    Fred.

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