Essa semana ouvi minha sobrinha emprestada, Giovanna, falar: Tia Vivianne, vou fazer um passeio na escola. Vamos para uma fazendinha: conhecer boi, galinha, dar mamadeira pro bezerro.
Aí me lembrei da minha infância, da verdadeira chácara que tínhamos em casa.
Vou tentar falar todos os animais que habitavam o terreno atrás do nosso muro, vamos lá: cães, coelhos, codornas, porquinho da índia, minhocas (sim tínhamos um minhocário), galinhas, gansos, patos, cabras, bodes, sem esquecer as geladas e escorregadias rãs.
Cada bicho desse era especial pra mim, cada nova cria uma felicidade!
Dos cães eu não preciso falar não é?
Tinha um coelho que era o meu preferido, acho que ele nasceu lá em casa mesmo. O nome dele era Cenourinha, será porque né? A gente brincava muito, na verdade eu brincava muito com ele. Ele me arranhava, parecia não gostar. Meu pai tinha razão quando dizia que o coelho qualquer dia fugiria de mim. De certa forma ele fugiu, “pro andar de cima”, mas fugiu. O achei morto na gaiola. Foi triste, me sinto culpada pela morte dele até hoje, talvez se eu não tivesse apertado tanto.
Das codornas o que mais gostava eram os ovinhos!!! Ah quando nasciam bebês codornas, tão pequenos! E os bebês gansos??? Ah que coisa mais fofa! Ficavam dentro de uma caixa com uma lâmpada acessa 24 horas para esquentá-los bastante. Eram pequenos, mas bravinhos. Gansos são cães de guarda com penas e dentes de serra; as pernas da minha mãe que o digam... Elas foram atacadas por um bando de gansos sedentos por suas varizes!
Também já tomei muita corrida de gansos, mas jogava ração de coelho para distraí-los e assim conseguia passar. Um dia quando me debrucei dentro daquele enorme balde para pegar ração, junto vieram 3 ratinhos pretos de brinde. Joguei tudo pro alto e fui aos berros chamar meu avô. Quando ele chegou os ratos já tinham ido embora. E com certeza foram embora me odiando por eu ter os tirado do lugar mais perfeito que eles conseguiram em toda a vida de rato: um balde lotado de ração aonde ainda poderiam cochilar!
Gostava de pegar as minhocas na mão para assustar a Tia Diva, e ninguém conseguia acreditar como eu não tinha nojo das pobres ranzinhas!
Adorava as galinhas, uma em especial, a Urubuzinha. Ela era meio redonda, pretinha pretinha. Gostava de ensiná-la a voar! Eu sei o que vocês estão pensando! Nossa que Felícia essa garota! Eu era mesmo. Ficava de um lado do muro e arremessava a Urubuzinha pro outro lado. Ela caia direto dentro do galinheiro, e eu corria até ela gritando: Muito bem Urubuzinha, quase um passarinho!
Tenho que certeza que se ela conseguisse voar seu destino seria o Japão ou quem sabe Plutão, o mais distante de mim melhor para sua integridade física!
Meu pai vendia leite de cabra! A cidade toda comprava com ele, e eu me sentia orgulhosa de ajudar na ordenha. Todo sábado e domingo eu acordava cedo junto com ele! Depois de quase não conseguir tomar o café com leite fervendo que ele me dava, íamos até os bichos e alimentávamos todos. Depois ele moía o capim, confesso que sempre fiquei tensa nessa hora, porque meu pai sempre contava a história de um homem que havia moído o braço junto com o capim. Ficava com meus olhos presos nos braços deles e super aliviada depois que acabava o processo. Enfim moído, era só misturar o capim ao farelo e servir o banquete às cabras. Prendíamos suas cabeças no coxo e começávamos a ordenha! Era a parte mais legal do fim de semana, pelo menos para uma criança de sete anos completamente apaixonada por bichos!
Um dia presenciei meu pai matar uma cabra, foi muito triste pra mim. Você comer carne é completamente diferente do que ver matarem um animal e depois você o comer, deu pra entender?
Quando era adolescente tive um peixe, o Fulano. Ele era muito solitário, então compramos a Ciclana. Fulano bateu em Ciclana até ela morrer. Depois disso se suicidou, acho que foi arrependimento ou então ele tinha algum distúrbio. Só sei que ele pulou do aquário direto pra morte!
Ganhei uma maritaca uma vez, o Brother, meu pai o achou caído perto de um barranco e o levou pra casa. Era muito bom dar mingau de fubá pra ele e ver seu papo crescendo com se fosse um balão! Ele sabia mandar beijo, e...e...e mais nada! Nem “curupaco meu loro” ele sabia falar!
Acho que as pessoas que amam animais já nascem com esse sentimento, mas com certeza meu pai sempre facilitou meu contato com eles. Embora minha mãe preferisse que eu brincasse de boneca no meu quarto ao invés de passar o dia inteiro tentando que as galinhas comessem urucum* e pegando 5 bernes na cabeça!
Um dia eu li que pessoas que amam os animais têm a alma evoluída, e falando sério se isso não for verdade deveria passar a ser!
*Arvoreta de até 10 metros de altura, dá floresce e dá frutos espinhudos de até 3 cms em janeiro/fevereiro e junho/agosto. Dentro dos frutos se encontram as sementes que podem ser verdes ou vermelhas. Para cultivo, semear em sacos e transplantar após 4 a 6 meses da germinação, à distância de 5 metros. Frutifica após 3 anos. Gosta de sol pleno, clima úmido, solos férteis e ricos em matéria orgânica; E NÃO SERVE DE ALIMENTO PARA GALINHAS!!!
Vou tentar falar todos os animais que habitavam o terreno atrás do nosso muro, vamos lá: cães, coelhos, codornas, porquinho da índia, minhocas (sim tínhamos um minhocário), galinhas, gansos, patos, cabras, bodes, sem esquecer as geladas e escorregadias rãs.
Cada bicho desse era especial pra mim, cada nova cria uma felicidade!
Dos cães eu não preciso falar não é?
Tinha um coelho que era o meu preferido, acho que ele nasceu lá em casa mesmo. O nome dele era Cenourinha, será porque né? A gente brincava muito, na verdade eu brincava muito com ele. Ele me arranhava, parecia não gostar. Meu pai tinha razão quando dizia que o coelho qualquer dia fugiria de mim. De certa forma ele fugiu, “pro andar de cima”, mas fugiu. O achei morto na gaiola. Foi triste, me sinto culpada pela morte dele até hoje, talvez se eu não tivesse apertado tanto.
Das codornas o que mais gostava eram os ovinhos!!! Ah quando nasciam bebês codornas, tão pequenos! E os bebês gansos??? Ah que coisa mais fofa! Ficavam dentro de uma caixa com uma lâmpada acessa 24 horas para esquentá-los bastante. Eram pequenos, mas bravinhos. Gansos são cães de guarda com penas e dentes de serra; as pernas da minha mãe que o digam... Elas foram atacadas por um bando de gansos sedentos por suas varizes!
Também já tomei muita corrida de gansos, mas jogava ração de coelho para distraí-los e assim conseguia passar. Um dia quando me debrucei dentro daquele enorme balde para pegar ração, junto vieram 3 ratinhos pretos de brinde. Joguei tudo pro alto e fui aos berros chamar meu avô. Quando ele chegou os ratos já tinham ido embora. E com certeza foram embora me odiando por eu ter os tirado do lugar mais perfeito que eles conseguiram em toda a vida de rato: um balde lotado de ração aonde ainda poderiam cochilar!
Gostava de pegar as minhocas na mão para assustar a Tia Diva, e ninguém conseguia acreditar como eu não tinha nojo das pobres ranzinhas!
Adorava as galinhas, uma em especial, a Urubuzinha. Ela era meio redonda, pretinha pretinha. Gostava de ensiná-la a voar! Eu sei o que vocês estão pensando! Nossa que Felícia essa garota! Eu era mesmo. Ficava de um lado do muro e arremessava a Urubuzinha pro outro lado. Ela caia direto dentro do galinheiro, e eu corria até ela gritando: Muito bem Urubuzinha, quase um passarinho!
Tenho que certeza que se ela conseguisse voar seu destino seria o Japão ou quem sabe Plutão, o mais distante de mim melhor para sua integridade física!
Meu pai vendia leite de cabra! A cidade toda comprava com ele, e eu me sentia orgulhosa de ajudar na ordenha. Todo sábado e domingo eu acordava cedo junto com ele! Depois de quase não conseguir tomar o café com leite fervendo que ele me dava, íamos até os bichos e alimentávamos todos. Depois ele moía o capim, confesso que sempre fiquei tensa nessa hora, porque meu pai sempre contava a história de um homem que havia moído o braço junto com o capim. Ficava com meus olhos presos nos braços deles e super aliviada depois que acabava o processo. Enfim moído, era só misturar o capim ao farelo e servir o banquete às cabras. Prendíamos suas cabeças no coxo e começávamos a ordenha! Era a parte mais legal do fim de semana, pelo menos para uma criança de sete anos completamente apaixonada por bichos!
Um dia presenciei meu pai matar uma cabra, foi muito triste pra mim. Você comer carne é completamente diferente do que ver matarem um animal e depois você o comer, deu pra entender?
Quando era adolescente tive um peixe, o Fulano. Ele era muito solitário, então compramos a Ciclana. Fulano bateu em Ciclana até ela morrer. Depois disso se suicidou, acho que foi arrependimento ou então ele tinha algum distúrbio. Só sei que ele pulou do aquário direto pra morte!
Ganhei uma maritaca uma vez, o Brother, meu pai o achou caído perto de um barranco e o levou pra casa. Era muito bom dar mingau de fubá pra ele e ver seu papo crescendo com se fosse um balão! Ele sabia mandar beijo, e...e...e mais nada! Nem “curupaco meu loro” ele sabia falar!
Acho que as pessoas que amam animais já nascem com esse sentimento, mas com certeza meu pai sempre facilitou meu contato com eles. Embora minha mãe preferisse que eu brincasse de boneca no meu quarto ao invés de passar o dia inteiro tentando que as galinhas comessem urucum* e pegando 5 bernes na cabeça!
Um dia eu li que pessoas que amam os animais têm a alma evoluída, e falando sério se isso não for verdade deveria passar a ser!
*Arvoreta de até 10 metros de altura, dá floresce e dá frutos espinhudos de até 3 cms em janeiro/fevereiro e junho/agosto. Dentro dos frutos se encontram as sementes que podem ser verdes ou vermelhas. Para cultivo, semear em sacos e transplantar após 4 a 6 meses da germinação, à distância de 5 metros. Frutifica após 3 anos. Gosta de sol pleno, clima úmido, solos férteis e ricos em matéria orgânica; E NÃO SERVE DE ALIMENTO PARA GALINHAS!!!