sexta-feira, 20 de maio de 2011

O buquê é meu!!!


Nunca fui uma menina de namorar, todas as minhas amigas já haviam tido algum namorado, nem que fosse por um mês. Eu não. Durante toda minha adolescência sempre tive casinhos, ficantes, rolos, problemas e aporrinhações. Mas namorado não.

Meu primeiro namoro sério e concreto começou aos 19 anos, não me lembro de ter durado mais de 4 meses. Depois voltei aos casos, ficantes, rolos, problemas e aporrinhações. Assim como na adolescência, durante a faculdade todas minhas amigas tinham namorado. As que não estavam namorando, haviam terminado recentemente. Eram tantos namoros promissores que eu me pegava pensando: Que droga se o buquê do casamento da Manu não der sorte eu to ferrada!
Para quem não conhece a Manu, nem a história do buquê, vou contar:

Manu estudou comigo na faculdade, casou-se no primeiro ano, eu tinha 18 anos, acho que ela também. Algumas pessoas da sala foram convidadas para o casamento, eu uma delas. Foi lindo, ela estava linda, a festa ótima. Bebemos muito ou eu bebi muito, não me lembro bem...

É chegada a hora do buquê, a mais tensa entre as mulheres. As acompanhadas querem pegar com tentativa de pressionar seus atuais parceiros... As solteiras querem pegar, porque... Bem acho que pra ficarem menos deprimidas!

Modéstia a parte, sempre fui especialista em pegar buquês! Meu primeiro buquê foi aos 10 anos, no casamento da manicure da minha mãe. Fiquei tão feliz, pulando com o buquê na mão. Meu sorriso se dissipou mediante aos olhares mortais que recebi das donas encalhadas, elas queriam me fuzilar!

“Não valeu, não valeu! Joga de novo, joga de novo! Ela é só uma criança” – Gritava o coro das solteiras ensandecidas.

Pressionada, a noiva veio em minha direção com um sorriso amarelo e me tomou o buquê. Minha mãe não deixou eu entrar na disputa novamente. Fiquei sentada na mesa observando com uma raiva danada daquelas encalhadas, que nem pra pegar buquê tinham talento, quanto mais um marido!

Voltando ao casamento da Manu. Uma dica: quem quer pegar o buquê tem que ficar na frente, a noiva nunca joga longe demais, as mulheres não tem força pra isso e geralmente já beberam um pouco... Mas esse não era o caso da Manu, porque até onde eu sei, ela não bebe!

As mais desesperadas, Samara e eu, solteiras convictas, nos posicionamos na frente! Pensei por um minuto, perdi! A Samara é bem mais alta que eu: vai pegar! Me concentrei e fiquei olhando só pro buquê, até que... peguei!!!

“Ei Samaraaa, solta!!! Eu peguei!!!” gritava eu, parecendo muito com aquelas encalhadas que vi no casamento da manicure.

Samara falava entre dentes: “Não vou soltar, não vou”

Agora julguem como quiserem, mas eu peguei o cabo do buquê, já Samara pegou as flores!!! Quem pegou afinal? Lógico que foi eu!!!
Samara soltou, eu fiquei bastante feliz com o meu buquê e pensando agora falta pouco!

Quando terminei a faculdade conheci uma pessoa, fomos morar juntos, felizes e apaixonados. Me lembrei do buquê da Manu, cheguei a enviar um recado pra ela dizendo que o buquê havia me dado sorte! Ai que vontade de rir!!!! Mal sabia que da mesma forma do buquê, os relacionamentos murcham e o meu não teve outro destino!

Mas da mesma forma que as flores murcham e crescem novamente, eu cresci... E como diria nossa querida Cecília Meirelles: Voltei inteira! Pronta pra pegar outro buquê... Logicamente um buquê que dê mais sorte ou então que dure mais ou quem sabe ainda que me faça sofrer menos!

Há um ano atrás meu irmão se casou! Quem diria João Felipe, meu Fefe, casado! Sim senhores e um ótimo marido, diga-se de passagem! O casamento foi lindo, a festa também... Novamente não me lembro muito dos detalhes porque havia bebido um pouco.

É chegada a hora do buquê, fiquei pensativa, será que valeria a pena passar por tudo aquilo novamente? Não, não, quero mesmo é pegar o sapo! Agora nos casamentos eles jogam ursinhos de sapo ou de Santo Antonio, enfim não tinha intimidade na disputa do sapo e acabei perdendo...

Agora sim, o famigerado buquê! Não, não vou pegar! Vou ficar aqui na minha, deixe pra outra pessoa que nunca pegou... Eis que a noiva lança o buquê e ele cai nas mãos de um menino de uns 08 anos, que estava bem atrás dela! As solteironas ensandecidas (presentes em todo casamento) fizeram coro do não valeu! O menino não tinha mesmo interesse no buquê e o jogou pra longe! Sim, se vocês pensaram que o buquê veio parar exatamente na minha mão, pensaram certo! Será um destino? Será um sinal?

Até agora nada... Quando eu tinha 15 anos achava que com 26 eu já teria uns dois filhos! Afinal foi assim com a minha mãe! Hoje aos 26 anos continuo na mesma situação da minha adolescência: casos, ficantes, rolos, aporrinhações e problemas. Sinceramente? Se todos os relacionamentos promissores de todas as minhas amigas tanto de adolescência, quanto de faculdade tivessem evoluído para um casamento, acho que eu estaria mais desesperada, mas como estamos todas no mesmo barco, solteiras convictas e assumidas, fico mais calma!

Achar uma pessoa especial não é tão fácil quanto pegar um buquê. Requer mais talento que isso. Não é apenas se posicionar, empurrar uma ou duas loucas e gritar: soltaaaa! É bem mais complexo, como não sei a fórmula e acho que ninguém sabe, continuo aguardando...Ah mas se por um acaso alguém souber, eu troco por um buquê!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Qualquer semelhança, não é mera coincidência!


Dizem por aí que os cães são o reflexo do dono. Não sei afirmar se os temperamentos se assemelham, mas que a semelhança física é gritante, ah isso é!
Vejo sempre passar por mim uma senhora negra, com os cabelos brancos que anda quase arriando de tão velha, um passo vagaroso após o outro de tartaruga.
Se escorando na bengala, lá vem ela arrastando seu poodle preto, já quase branco de tão grisalho que está seu pelo. Não sei dizer quem segura quem ou quem anda mais devagar. Na metade do passeio, por uma quadra, os dois param para descansar!

Um dia estava passeando com o Zé na rua e ele pulou em cima de uma moça que passava (ele sempre faz isso, elege uma pessoa pra pular e dar uma lambida).
A moça gostava de cães, fez carinho nele e disse: “Nossa vocês são muito parecidos! Até a cor do cabelo é igual!”
Não sei se a intenção dela foi ofender ou elogiar, mas como eu acho o meu cachorro LINDO fiquei muito feliz e saí balançando meus cabelos pela calçada.

Mas será que é só nisso que a gente se parece? A cor dos “cabelos”!

Zé é hiperativo, tudo bem, eu também sou. Da mesma forma que ele late muito quando tá nervoso, eu falo muito quando to nervosa e quando não estou também.

Ele era espanta bolinho quando era pequeno. Na nossa rua havia muitos cachorros pequenos que passeavam com seus donos pela manhã. Os donos acabavam por se reunir num canto da calçada para conversar. Os cachorros se cheiravam, brincavam um pouco e logo deitavam.
Era quando surgia um alucinado cão, puxando sua dona, ou melhor, arrastando sua dona pela calçada. Temerosos os donos dos outros cachorros começavam a se preparar para sair, mas Zé era sempre mais rápido. Pisoteava os cachorros, os virava do avesso, embolava todas as guias, geralmente ainda tomava uma mordida de um Poodle, mas nada que o intimidasse.
A confusão durava pouco, os donos com seus cães rapidamente se dispersavam. E lá ficava Zé e eu, sozinhos na calçada, ele sentava ofegante com sua língua de fora e ficava olhando pra minha cara do tipo: Aonde vão meus amiguinhos???
A dona do Zeca (um Beagle) sempre ia embora dizendo: “Já te disse pra começar logo o tratamento com florais”.

Eu ficava me perguntando: “Florais? Pra mim ou pra ele?” 
O pior é que nós dois acabamos tomando os tais florais, eu antes dele!

Mas espere: seria eu também uma espanta bolinho? Não responda!
Ah acho que não... Não me lembro de ser isolada por algum grupo por pentelhar demais. 
Bem, quando eu era pequena e os amigos dos meus irmãos estavam lá em casa ou meus primos. Eu ficava andando atrás deles para interagir, conversar, mas eles não queriam. Eu chegava, eles saiam, até que eles iam pro quarto e trancavam a porta, eu ficava chorando sentada na porta pedindo pra entrar.

Ah meu Deus, eu também fui uma espanta bolinho! Espero que ainda não seja!

Ah Zé morre de medo de barulhos! Uma chuva já é mais que o suficiente para deixá-lo tremendo de medo! Ele se esconde em qualquer lugar, geralmente embaixo da cama. Eu não tenho medo de barulhos... Assim medo, medo não! Mas receio eu tenho, não do barulho em si, mas de raios, tá eu tenho medo de raios.
Lógico! Mas quem não tem??! Se até o cachorro que não raciocina como nós, sabe que raio é perigoso, não é pra ter medo?
Em uma trilha que fizemos em Ilha Grande pude comprovar meu pavor por raios! Pegamos a maior tempestade que você pode imaginar! Muita chuva, muita lama, muitos raios e muito choro! Sim, entrei em pânico, chorei feito uma criança de 05 anos, queria muito me enfiar debaixo de uma cama e não sair nunca mais!

Acho que temos outras semelhanças além dessas:

Assim como eu, Zé vem dando muito trabalho pra minha mãe nesses últimos meses. Desculpe Mamãe, falta pouco!

Minha carne predileta é a costela de boi (embora eu esteja tentando parar de comer carne). O osso predileto do Zé é o de costela de boi.

Nós dois usamos shampoo e condicionador para cabelos claros. A diferença é que ele usa Sanol e eu Pantenne.

Sempre fui muito carinhosa com as pessoas (pelo menos minha avó sempre disso isso). Zé também é carinhoso, a diferença é que seu carinho é pesado e pode derrubar alguém.

Amamos crianças, bebês e tudo mais. Eu talvez por instinto materno, já o Zé pelo cheiro que elas têm. Não sei se é o cheiro do leite, dos biscoitos ou da fralda.

Somos gulosos! Quando eu tinha 04 anos, num Natal na casa da minha avó, cheguei a comer 08 pastéis (eram médios tá bem!) de uma vez só! Até hoje nos almoços de família sou sacaneada por conta disso! Zé uma vez comeu 07 bifes (eram grandes tá) de contra-filé cru, que eu ingenuamente, deixei em cima da pia! Ele comeu todos os bifes e foi pra sala todo feliz, lambendo os beiços. Só desconfiei quando vi uma gotinha de sangue em cima do focinho dele!

Ta bom vai! Já me convenci, temos mais em comum do que eu imaginava!
Mas além das semelhanças físicas e psicológicas, há a semelhança sentimental, que com certeza é maior de todas. Amo aquele bode louco e tenho certeza do enorme sentimento dele por mim!